O presidente da Amagis, desembargador Herbert Carneiro, participou, na noite desta terça-feira, 18, da reunião especial de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para celebrar o Dia do Barroco Mineiro e pelo bicentenário de morte de Aleijadinho. Na ocasião, foram lançadas a medalha comemorativa do Bicentenário de Morte de Aleijadinho, cunhada pela Casa da Moeda do Brasil, e o livro “Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho: Artista síntese”, da historiadora Cristina Ávila e do fotógrafo Márcio Carvalho.
Para o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro, é motivo de muito orgulho celebrar os 200 anos de história de um gênio como Aleijadinho e prestar essa homenagem é enaltecer a identidade do povo mineiro e de um estilo reconhecido internacionalmente.
Livro destaca obras de Aleijadinho com textos e fotos
O livro “Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho: Artista síntese”, com textos da professora Cristina Ávila e fotografias de Márcio Carvalho, apresenta as obras catalogadas de Aleijadinho que se encontram em Minas Gerais. O livro tem o patrocínio da ALMG, dos Correios e da Vale.
Medalhas comemorativas podem ser adquiridas
O calendário medalhístico de 2014 é composto por oito temas, eleitos dentre 80 sugestões.Dentre os temas escolhidos, o bicentenário de morte de Aleijadinho, apresentado pela ALMG, foi um dos mais votados. Uma das imagens da moeda é o retrato de Aleijadinho pintado por Euclásio Penna Ventura, obra do acervo do Museu Mineiro, na outra face, figura uma imagem do profeta Daniel, que se encontra no Adro do Santuário de São Jesus de Matozinhos, em Congonhas.
Durante a reunião especial de Plenário, houve um ponto de venda das medalhas para os interessados, mas apenas as de prata e de bronze. Os interessados podem adquirir as medalhas pelo e-commerce do Clube da Medalha, onde serão praticados os valores de R$ 330,00 para prata e R$ 110,00 para bronze, também podem ser adquiridas as medalhas de ouro, no valor de R$ 26.514, 00. Foram emitidas somente cinco unidades das medalhas de ouro, 195 de prata e 300 unidades de bronze.
Aleijadinho, um mestre do Barroco
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nasceu em Vila Rica, atual Ouro Preto, em 26 de junho de 1737. Foi iniciado no mundo das artes ainda criança, seguindo os ensinamentos do pai, Manoel Francisco Lisboa, e dos tios Antônio Francisco Pombal (carpinteiro responsável pela construção da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto) e Francisco Antônio Lisboa.
Aos 25 anos de idade, Antônio Francisco Lisboa já havia atingido a maturidade como mestre carpinteiro e passou a assumir obras de marcenaria, escultura e entalhe, liderando a própria oficina, que logo se tornou famosa em Minas Gerais em razão da grande qualidade artística e técnica, passando a ser requisitada para as obras mais importantes das mais exigentes irmandades religiosas.
Entre as suas obras primas estão os púlpitos, retábulo e portada da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto; púlpitos, coro, altares colaterais e imagens sacras para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Sabará; púlpitos, retábulo e imagens sacras para a Igreja da Fazenda Jaguara, em Matozinhos; e o conjunto de imagens dos 12 profetas e dos passos da paixão em Congonhas, reconhecido pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade.
Por volta de 1778, Antônio Francisco passou a apresentar os sintomas de uma grave e progressiva doença, que lhe causou deformidades na boca e nos olhos e fez com que ele perdesse os dedos das mãos e dos pés, sendo necessário que seus escravos lhe atassem as ferramentas nos pulsos para que ele pudesse esculpir. Em razão da doença deformante surgiu o epípeto Aleijadinho, pelo qual passou a ser conhecido.
Depois de dois anos acamado na casa de sua nora Joana Francisca de Aragão Correa e padecendo de fortes dores, Antônio Francisco Lisboa faleceu em 18 de novembro de 1814, e foi sepultado em cova reservada à Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, no interior da Igreja Matriz de Antônio Dias, em Ouro Preto.
*Com informações da ALMG