O presidente da Amagis, desembargador Alberto Diniz, participou, na noite desta segunda-feira, 27, da cerimônia em homenagem ao Dia Estadual e Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, no auditório do BDMG, em Belo Horizonte. 

O Dia Internacional em Homenagem às Vítimas do Holocausto foi instituído em 2005, durante Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A data é uma homenagem aos seis milhões de judeus e às outras vítimas do extermínio nazista. Em 27 de janeiro de 1945, soldados soviéticos entraram no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, e libertaram os prisioneiros do regime nazista.

A solenidade contou também com as presenças do governador de Minas Gerais, Romeu Zema; do vice-governador do Estado, Paulo Brant;  do embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley; do presidente do BDMG, Sérgio Gusmão Suchodolski, do presidente da Federação Israelita do Estado de Minas Gerais, Eduardo Kuperman; além do sobrevivente do Holocausto e morador de Belo Horizonte,  Henry Katina, que relatou os horrores vividos por ele nos campos de concentração nazistas.

De acordo com o presidente do BDMG, Sérgio Gusmão Suchodolski, a celebração é uma forma de relembrar que não apenas judeus, mas também outras minorias foram alvo dos nazistas e suas atrocidades. Segundo ele, em um momento no qual o antissemitismo tem ressurgido em várias partes do mundo, é fundamental não deixar que esse passado bárbaro seja esquecido. “Datas como a de hoje são importantes para celebrarmos as memórias das vítimas do Holocausto e para educarmos as próximas gerações para que atrocidades como as que ocorreram não se repitam nunca mais,”, afirmou Sérgio Gusmão Suchodolski.

Testemunho

Durante o evento, o judeu húngaro Henry Katina contou que, aos 13 anos de idade, foi levado com a mãe e os oito irmãos para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Lá, de acordo com ele, só não foi direto para a câmara de gás com outras crianças e adolescentes porque mentiu sobre sua idade – afirmou ter 18 anos. Depois, foi transferido para o campo alemão de Ehrlenbusch e obrigado a rotinas de trabalho extremas, praticamente sem comida.

No início de 1945, Katina e milhares de outros prisioneiros tiveram que marchar a pé para Bergen-Belsen, conhecido como um dos piores campos de concentração da guerra. Em abril, foi finalmente libertado pelo exército inglês. Tendo perdido a maioria de seus familiares, morou posteriormente na Suécia e no Canadá.

Em 1957, Katina veio a Belo Horizonte a convite de uma irmã que havia imigrado para o Brasil e decidiu ficar na capital mineira. Aqui, casou-se, trabalhou como vendedor em uma loja de materiais de escritório e, em seguida, montou sua própria loja, que chegou a empregar 350 pessoas. Está hoje aposentado. Henry Katina é autor do livro “Passagem para a liberdade”, publicado pela Geração Editorial, em que conta detalhadamente sua vida.