Opções de privacidade

Presidente da Amagis reúne-se com juízes durante 27º Encor em Montes Claros

27/06/2019 14h40 - Atualizado em 02/07/2019 07h59


O presidente da Amagis, desembargador Alberto Diniz, participou nesta quarta-feira, 26, da abertura do 27º Encontro de Capacitação da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais (Encor), que será realizado até sexta-feira em Montes Claros.


Desembargador Alberto Diniz Junior destacou projetos que influenciam na atuação de magistrados, entre outros temas

Durante o encontro, Alberto Diniz conversou com os juízes da 6ª Região Administrativa da Corregedoria sobre a atuação da associação para evitar perdas e retrocessos na carreira. O presidente da Amagis abordou pontos da reforma da previdência e projetos de lei em andamento no Congresso Nacional que influenciam na atuação de juízes e desembargadores. “A Amagis está determinada a superar e vencer possíveis ameaças a nossos direitos. Continuamos com nosso trabalho incansável de discussão junto a parlamentares, a fim de resguardar nossas prerrogativas”, afirmou Alberto Diniz aos magistrados.

Na abertura do Encor, o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Nelson Missias de Morais, afirmou que a Constituição da República brasileira garante a imparcialidade dos magistrados, assegurando-lhes a inamovibilidade, vitaliciedade e irredutibilidade do salário e que, em função disto, “temos de estar imunes a pressões do poder político, do poder econômico e da imprensa”. “Somos juízes independentes”, concluiu.

Desembargadores Mariângela Meyer, Saldanha da Fonseca, Nelson Missias de Morais, presidente do TJMG, e Áurea Brasil

O desembargador elogiou a temática do 27º Encor, organizado pela Corregedoria e pela Escola Judicial Edésio Fernandes (Ejef), por incluir debates sobre o comportamento dos magistrados nas redes sociais. Disse que esse debate “é, mais do que nunca, oportuno”, pois as mudanças ocorrem com muita rapidez e “ou nós nos mantemos atualizados o máximo possível, ou seremos rapidamente ultrapassados”.

Ele propôs aos magistrados que ampliem os debates e as reflexões sobre possíveis ameaças à independência do Poder Judiciário, como o projeto de lei de abuso de autoridade, em tramitação no Congresso. Especificamente sobre o papel dos agentes que promovem a Justiça, ponderou que “a toga não cai bem ao juiz que vai para a rede social e se porta como político e não como magistrado. Não é isso que a sociedade espera de um juiz”. Disse ainda que “não é ético o juiz sair de sua função para se imiscuir na função dos outros”.

Juízes ouviram de Nelson Missias de Morais a advertência de estarem imunes a toda e qualquer pressão

Com foco na gestão de pessoas e nas unidades judiciárias, juízes da 6ª Região Administrativa da Corregedoria vão totalizar 20 horas de treinamento até sexta-feira. Além do presidente do TJMG e do presidente da Amagis, o corregedor-geral de Justiça, desembargador José Geraldo Saldanha da Fonseca, a superintendente da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes e 2ª vice-presidente do TJMG, desembargadora Áurea Santos Peres Brasil, e a 3ª vice-presidente do TJMG, desembargadora Mariangela Meyer Pires Faleiro, participaram do início dos trabalhos.

Esta é a quinta vez que Montes Claros sedia um Encor, lembrou o corregedor Saldanha da Fonseca. Ele destacou ainda o formato prático e interativo do encontro, além da possibilidade da troca de experiências. "As apresentações, o intercâmbio de ideias e os debates contribuirão para a solução dos desafios diários em suas unidades judiciárias", disse o desembargador.

O corregedor destacou a importância de o juiz conhecer sua unidade judiciária e se reconhecer como o responsável por melhorias locais. “É necessário que o magistrado saiba qual é sua produtividade e o gasto de sua unidade comparado à ela, qual a incidência de recursos, o nível de satisfação dos servidores e jurisdicionados.”

O Fundo Especial do Poder Judiciário foi destacado pelo corregedor. Ele chamou a atenção dos juízes para a "necessidade de uma fiscalização efetiva sobre o recolhimento das custas, taxas judiciárias e de fiscalização judiciária", uma vez que é com esse fundo que a Justiça custeia fóruns, treinamentos e moderniza o parque tecnológico, entre outras despesas.

A 2ª vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargadora Áurea Brasil, destacou a "longa e frutífera parceria" entre a escola e a corregedoria na realização do Encor. A desembargadora enfatizou também o novo formato do Encor, com carga horária maior, que garantiu ao encontro credenciamento no Enfam (Escola Nacional de Formação de Magistrados).

Superintendente da Ejef, desembargadora Áurea Brasil pediu "lucidez e coragem" aos magistrados

"Este curso foi cuidadosamente preparado para que possam ser compartilhados conhecimentos que propiciem o efetivo aprimoramento de sua atuação como magistrados e como gestores e administradores que são", disse a desembargadora aos participantes.

A magistrada pediu "lucidez e coragem" aos juízes para que promovam as mudanças necessárias para o cumprimento da sua missão. "Por mais angustiados que possamos nos sentir frente a situações complexas e difíceis, não podemos nos esquecer de que há muitos que precisam e esperam por nossa boa atuação", afirmou Áurea Brasil.

Realizados desde 2005, os Encontros da Corregedoria resultam da parceria entre a Corregedoria-Geral de Justiça e a Ejef.

A 6ª Região

Os principais desafios e virtudes, incluindo dados do acervo processual, das comarcas que integram a 6ª região de atuação da Corregedoria foram apresentadas pelo juiz auxiliar da Corregedoria responsável, Henrique Pinto Marinho.

Ele pediu que os juízes se reúnam com os servidores para analisar o acervo das unidades judiciárias e que fiquem atentos para a destinação de bens e armas apreendidas e à correta baixa dos processos. "Vamos atuar como gestores", conclamou o juiz.

A palestra de abertura do Encor foi proferida pelo consultor em gestão estratégica e gerenciamento de pessoas, Otávio Grossi. Com o tema “Gestão de Pessoas e Mindset: a estratégia eficaz para o engajamento”, Grossi propôs aos participantes um novo olhar sobre si mesmos e sobre as relações sociais, principalmente no ambiente de trabalho.

Grossi abriu a apresentação com dados de uma pesquisa recente publicada pela Universidade de Havard. Após acompanhar a vida de 725 homens por alguns anos, a pesquisa observou que a manutenção de conexões sociais faz bem à saúde e protege o cérebro.

O palestrante apresentou ainda uma pesquisa que mapeou as ações e os modos de dez grandes líderes empresariais de alto desempenho e que eles fizeram para alcançar um novo mindset e diferencial no trabalho. Mindset, explicou o palestrante, significa atitude mental diferenciada, ou seja, como construir novas conexões frente aos apelos do mundo atual.

O tema tem constante presença nos meios organizacionais. “Acredito que a inovação proposta pela Corregedoria e a Ejef é convidá-los a um novo olhar frente às demandas do Judiciário”, afirmou.

Após a palestra, os juízes foram divididos em grupos e propuseram um plano de ação para a gestão de pessoas. Cada grupo fez um diagnóstico de questões relacionadas ao tema e, no fim, apresentou sua conclusão.

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional do TJMG