O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Nelson Missias de Morais, participou na tarde desta quinta-feira (23/01) de homenagem promovida pela Assembleia Legislativa de Minas às vítimas da tragédia de Brumadinho, ocorrida há quase um ano, e deixou quase três dezenas de mortos.

Nelson Missias esteve entre aqueles que depositaram uma rosa branca ao pé do memorial em aço, cuja inauguração foi um dos pontos altos da homenagem. O monumento tem gravados o registro dos nomes de todas vítimas do rompimento da barragem B1 de rejeitos de minério do Córrego do Feijão, distrito de Brumadinho, operado pela Mineradora Vale. Antes da inauguração da obra, foram lidos os nomes de todos os que morreram sob a lama de minério.

Além das designações, a obra também traz breve contextualização e uma estrofe do poema Lira Itabirana, de Carlos Drummond de Andrade: “Quantas toneladas exportamos/De ferro/ Quantas lágrimas disfarçamos/Sem berro?”

A solenidade começou com a leitura de uma adaptação do poema “Só Peço a Deus”, de León Grieco, popularizado na voz da cantora argentina Mercedes Sosa. Logo após, a representante da família das vítimas, Andresa Rodrigues,que perdeu um filho, ressaltou que não há nenhum desaparecido, pois se sabe a sua localização – estão sob a lama ou no IML.

Andresa agradeceu a atuação da Assembleia Legislativa e do TJMG nas iniciativas adotadas após o desastre, diante de vários moradores de Brumadinho e Córrego do Feijão, como o Geraldo Resende, que ficou sem a filha e o genro. Segundo ele, "depois que aconteceu, a gente morremos um pouco, todos os dias". A cerimônia, cercada de muita emoção, aconteceu na Praça da Assembleia Legislativa, onde foram afixadas fotos de todos as vítimas e acendidas velas para cada uma delas.

Memória 

Para o presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus (PV), o ato teve o objetivo de preservar a memória, a fim de que jamais sejam esquecidos os 272 mortos no maior desastre ambiental e social do Brasil, incluindo os dois nascituros. Onze vítimas ainda não tiveram seus corpos localizados.

“Muitas vidas se foram em razão de um verdadeiro crime social e ambiental. O dia 25 de janeiro está e estará para sempre em nossas memórias como uma das mais tristes e dolorosas páginas da história de Minas. A Assembleia esteve ao lado das pessoas atingidas por essa tragédia desde o primeiro momento”, afirmou Agostinho Patrus.

Atuação do TJMG

Passado um ano, o presidente do TJMG, desembargador Nelson Missias de Morais, comentou sobre a atuação do Judiciário mineiro. “A presença do TJMG em Brumadinho foi exemplar. Dois dias após o desastre, estávamos presentes lá e adotamos, juntamente com a Corregedoria Geral de Justiça, todas as medidas urgentes indispensáveis para garantir uma resposta célere e eficaz do Poder Judiciário às demandas dos cidadãos,” lembrou.

O magistrado destacou que foi implantado ainda, em tempo recorde, o Processo Judicial eletrônico (PJE). Além disso, disse o presidente, foi promovido o treinamento dos servidores, criada uma secretaria virtual para dar vazão rápida à tramitação de processos, reinstalado o Cejusc e oferecido todo apoio possível aos magistrados, entre outras medidas de apoio à população, como a aceleração da expedição de certidões de óbito na Medicina Legal.

“Um ano depois, os resultados são evidentes, pois, em ação integrada com a Defensoria, logramos conduzir centenas de acordos com familiares das vítimas, contribuindo para minimizar a espera e amenizar a dor de todos, que também é nossa. O Poder Judiciário mineiro continuará atento aos desdobramentos na área penal e está pronto para dar respostas ao tempo certo, cumprindo seu papel de guardião da lei”, concluiu.

Presenças

Estiveram também presentes à mesa de honra o procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet; o defensor público-geral, Gério Patrocínio Soares; a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Coronel Edgard Estevo da Silva; o chefe da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, delegado-geral Wagner Pinto de Souza; o comandante-geral da PMMG, coronel Giovane Gomes da Silva e a representante do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Sônia Mara.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG