A Polícia de Mato Grosso prendeu ontem Evanderly de Oliveira Lima, acusado de matar a tiros a ex-mulher, a juíza mineira Glauciane Chaves de Melo, que atuava na comarca de Alto Taquari, a 489 quilômetros de Cuiabá.

Ele foi encontrado em uma mata que estava cercada pela polícia desde o crime, ocorrido na sexta-feira pela manhã. Conforme informações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o acusado estava deitado e tentava se camuflar com a ajuda de folhas. Evanderly não resistiu à prisão. Ele é enfermeiro no hospital da cidade, de aproximadamente 8 mil habitantes. O casal tinha um contrato de união estável que foi dissolvido em 21 de janeiro. A separação dos dois, no entanto, ocorreu em 10 de dezembro de 2012, segundo o TJMT. O casal não tinha filhos.

Segundo relatos de servidores públicos do Poder Judiciário em Alto Taquari, Evanderly chegou ao fórum da cidade, se dirigiu ao gabinete da ex-mulher e iniciou uma discussão com a juíza. Em seguida foram ouvidos disparos. Glauciane teria morrido com dois tiros. Evanderly fugiu a pé. A arma do crime, um revólver calibre 38 não registrado, foi encontrada pela Polícia Civil na área externa do fórum. Na avaliação do presidente do TJ-MT, desembargador Orlando Perri, o crime teria motivos passionais.

O acusado foi ouvido ontem mesmo pelo delegado João Ferreira Borges, responsável pelo inquérito. Em seguida, ele seria levado para uma unidade prisional do estado. A busca por Evanderly mobilizou as polícias Civil e Militar de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público do estado. O coordenador militar do TJMT, coronel Wilson Batista, afirmou que o enfermeiro só conseguiu ficar tanto tempo foragido por causa do bom condicionamento físico.

Conforme o militar, o enfermeiro serviu no Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e fez cursos de busca, salvamento e resgate.

O presidente do TJMT negou a ocorrência de falhas na segurança do Fórum de Alto Taquari. Perri disse que o ex-marido tinha livre acesso à ex-mulher, com quem ainda mantinha relação próxima.

A magistrada nasceu em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas, e trabalhou em um escritório de advocacia e no Tribunal de Justiça do Estado (TJMG) antes de passar em concurso público para o Poder Judiciário em Alto Taquari. Ela se formou em direito em 1998 na Faculdade Milton Campos, em Belo Horizonte. O corpo de Glauciane foi enterrado no domingo, no Cemitério Parque Renascer, em Contagem, na Grande Belo Horizonte.

Fonte: Estado de Minas