Cerca de 180 calças jeans são produzidas por dia no Presídio de São Sebastião do Paraíso, no Sul do Estado, e exportadas para o Chile, Argentina e Uruguai, além de distribuídas também no mercado nacional. Para isto, a unidade concluiu na semana passada as obras de ampliação do galpão de trabalho. São 30 presos trabalhando em 25 máquinas, que executam diferentes funções de uma complexa linha de montagem.

A empresa começou a funcionar em agosto do ano passado com 15 presos, mas com o aumento da demanda foi necessário aumentar o número de funcionários e de máquinas. “Até agora não houve nenhuma desistência de presos da equipe que iniciou na fábrica no ano passado”, comemora o diretor geral do presídio, Carlos Marcelo Rodrigues.

O desejo de fazer parte desta equipe é tão grande que existe uma lista de presos pela primeira vaga disponível. “As perspectivas são muito boas. Já temos cinco auxiliares treinando e na próxima semana iniciaremos a produção de camisas polo, com a meta de 200 peças por dia” revela a proprietária da empresa, Débora Flávia Novaes.

Capacitação

Antes da inauguração da fábrica os presos passaram por um curso de costura de três meses, sendo 30 dias de aulas teóricas e 60 dias de aulas práticas. Somente três presos tinham alguma experiência na produção de roupas, mas o rendimento e dedicação da turma superaram as expectativas. “Eles estão tão sintonizados com as máquinas que parecem ter nascido e crescido com elas”, explica Débora.

Um destes funcionários é o detento Alexandre Mariano Forim, 30 anos, responsável pela montagem da parte frontal das calças jeans, como costura, colocação de zíper, bolso e botão. “Agora tenho uma profissão e consigo acreditar em boas mudanças para o futuro”, diz animado Alexandre. As peças saem semanalmente de São Sebastião do Paraíso para uma distribuidora em Ribeirão Preto (SP), situada a cerca de 120 quilômetros do presídio. No Brasil, parte da produção é vendida em lojas espalhadas por inúmeros shoppings.

Fonte: Agência Minas