Juízas e desembargadoras participaram, neste final de semana, do Primeiro Curso de Medidas de Autoproteção e Treinamento Tático para Magistradas, realizado pela Amagis em convêio com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da PMMG, em Belo Horizonte. A iniciativa foi promovida pela Amagis, com o objetivo de capacitar magistradas para que possam atuar com maior segurança em seu cotidiano profissional e pessoal.
A presidente da Amagis, juíza Rosimere Couto, e o vice-presidente, juiz Jair Francisco dos Santos, acompanharam as atividades do curso. A programação, elaborada pela equipe de instrutores do BOPE, incluiu disciplinas voltadas a defesa pessoal, autossocorro, treinamento com arma de fogo e prática de tiro defensivo.
No mês de agosto será promovido curso para turma masculina. Mais informações em breve.
Durante a abertura, o tenente-coronel Haendell Reis Pinheiro destacou a importância do treinamento para as magistradas. “É uma oportunidade para que elas conheçam um pouco do nosso trabalho e recebam instruções que contribuem para sua segurança. As magistradas são autoridades que têm a prerrogativa de estarem armadas, mas precisam saber as técnicas necessárias para isso.” As atividades tiveram início com uma aula ministrada pela tenente-coronel Cláudia Kuchenbecker, que abordou estratégias de autoproteção com foco na vivência feminina.
A vice-corregedora-geral de Justiça, desembargadora Kárin Emmerich, participou pela segunda vez de um treinamento do tipo. “É como uma pós-graduação, com outras abordagens e novos conteúdos. A palestra da tenente-coronel Cláudia trouxe uma importante perspectiva feminina sobre o enfrentamento à violência, abordando, por exemplo, as particularidades do porte de arma por mulheres. Somos, muitas vezes, mais visadas em situações de risco, seja pela nossa constituição física, seja por estarmos frequentemente acompanhadas de crianças. Essa realidade exige atenção redobrada”, afirmou.
Ela também ressaltou a contribuição do curso no exercício da magistratura. “Ao compreender melhor a dinâmica de situações envolvendo uso de armas, passamos a ter uma visão mais clara ao julgar casos criminais. Muitas vezes, o comportamento de um policial ou de um réu só pode ser compreendido com base no contexto da situação”.
A juíza Izabela Tângari Coelho reforçou que o curso ensinou que a prevenção é a principal ferramenta de proteção. “O curso nos ensina técnicas de defesa, mas, sobretudo, nos alerta sobre a importância da atenção constante e da prevenção. Pequenos hábitos, como o uso do celular em locais e momentos inadequados, comprometem nossa segurança. O mais importante é adotar condutas que reduzam ao máximo a necessidade de reação”, afirmou.
Ela também destacou a contribuição da experiência com o manuseio com armas para a atividade jurisdicional. “A gente vai ter a perícia para nos auxiliar. Mas ter essa noção de antemão é superimportante para conseguir entender melhor a dinâmica do que aconteceu”.
Para a juíza Lívia Maria Franco da Silveira, o treinamento proporcionou conhecimentos de como lidar em diferentes situações de risco e agir com técnica e segurança. “O curso foi muito proveitoso. Foi a primeira vez que tive contato com uma arma e estou achei muito interessante ter essa oportunidade.”
Ao final do curso, as participantes receberam certificado de conclusão.