O primeiro júri popular do Brasil sobre um crime de homofobia está marcado para o dia 27 deste mês, no no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Onze anos depois de assassinar brutalmente o bailarino Igor Xavier, em Montes Claros, Norte de Minas, os réus Ricardo e Diego Athayde, pai e filho, devem ser julgados pelo crime. O deputado federal Jean Willys e a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, devem vir a Minas, para acompanhar o julgamento, que já foi adiado três vezes.
O crime aconteceu em 2002. Segundo a denúncia do Ministério Público, Igor Xavier estava numa cachaçaria, no Centro Histórico de Montes Claros, e foi convidado por Ricardo Athayde para ir ao apartamento dele sob o pretexto de lhe emprestar material que o ajudaria na produção de um espetáculo. Com a ajuda do filho, Diego, Ricardo Athayde torturou e matou o ator com cinco tiros. Os dois limparam a cena do crime, deixaram o corpo de Igor em uma estrada e fugiram para Belo Horizonte, onde respondem pelo crime em liberdade.
O assassinato de Igor Xavier é considerado um homicídio duplamente qualificado e tem 20 anos para prescrever. Em 2012, o processo foi transferido para Belo Horizonte. Na época, a Justiça de Montes Claros alegou que o clamor público do caso poderia interferir no júri.
A mãe da vítima, Marlene Xavier espera que uma possível condenação dos reús amenize o sofrimento de onze anos da família. “ (O julgamento) Já foi adiado e cancelado por três vezes, essa é quarta vez que ele é designado e está agora para o dia 27 de agosto. A expectativa da família e o que a gente espera é que a Justiça se pronuncie e que a Justiça seja a grande vencedora, porque a família já está sofrendo muito. A gente não aguenta mais tanta derrota e tanto sofrimento com essa impunidade.
Fonte: Rádio Itatiaia