A Procuradoria-Geral da República defende a quebra de sigilo bancário para aprofundar investigação contra o senador Zezé Perrella (PDT-MG) e o irmão de Perrella, Alvimar de Oliveira Costa, em inquérito que tramita no STF.
Ex-presidentes do time mineiro Cruzeiro, os dois são investigados por suposta lavagem de dinheiro na venda do zagueiro Luisão ao Benfica, de Portugal. A negociação envolveu um clube uruguaio e é considerada suspeita pela Polícia Federal, que indiciou Perrella em 2010 pelo caso.
A investigação se arrasta no Supremo Tribunal Federal desde 2011.
Dez dias depois de a polícia encontrar cocaína no helicóptero da empresa do filho de Perrella, embora tenha sido descartado qualquer envolvimento da família no caso, o inquérito voltou a andar.
O STF mandou o caso a Janot, que pediu que o ministro Ricardo Lewandowski reconsiderasse a decisão de não autorizar a quebra de sigilo bancário. A devassa foi suspensa após pedido do Cruzeiro.
Advogados do time, que também defendem o senador, alegam haver erros na petição do Ministério Público, e Lewandowski desautorizou parte da quebra do sigilo bancário e fiscal. Parte da movimentação das contas dos dois já havia sido analisada pela PF.
Em 2003, Luisão foi vendido por US$ 2,5 milhões ao clube uruguaio Central Español e logo em seguida repassado por cerca de US$ 1 milhão a menos ao Benfica. Investigadores suspeitam que parte do valor declarado na negociação com o time uruguaio voltou irregularmente ao Brasil e teria sido pulverizado em contas de empresas ligadas à Perrella e ao irmão dele.
Fonte: Folha de São Paulo