O programa Novos Rumos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) recebeu, nesta quinta-feira, 14 de abril, uma comitiva da Colômbia que está em Belo Horizonte para conhecer as iniciativas do programa. Estão programadas visitas à Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC) e a algumas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs). O grupo foi recebido pelo desembargador Jarbas Ladeira, coordenador do programa Novos Rumos.
Durante o período em Minas, a delegação irá conhecer os Centros de Reintegração Social das Apacs de Itaúna, Santa Luzia, São João del-Rei e Lagoa da Prata, para acompanhar, na prática, como se desenvolve a metodologia. O grupo participará também de um curso teórico de formação e aperfeiçoamento no Método Apac, que será realizado pela FBAC em Itaúna.
Uma primeira Apac surgiu recentemente na Colômbia, em caráter experimental, mas aplicando a metodologia apenas de maneira parcial. A ideia é que a experiência exitosa em Minas Gerais sirva de inspiração, motivação e modelo para a efetiva implementação e consolidação da metodologia no país, especialmente nas cidades de Bellavista e Medellín.
Integram a comitiva o tenente Manuel Florez, diretor principal da Prisão do Distrito Judicial de Medellín Bellavista; Libia Nassif, administradora da Confraternidade Prisional da Colômbia; Jonatan Hernández, comunicador social da Apac na Colômbia; Jorge Arcenio Garzón, sargento do Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário (Inpec); e a psicóloga Angela Restrepo. O grupo permanece em Minas até 18 de abril.
Humanização do cumprimento de penas
Na visita ao Novos Rumos, o desembargador Jarbas Ladeira discorreu sobre cada um dos 12 elementos que compõem o Método Apac, contou sobre o surgimento das primeiras Apacs e falou sobre os desafios, as dificuldades e as vantagens do método.
Entre outros pontos, o magistrado destacou o fato de que as Apacs buscam, sobretudo, a humanização do cumprimento das penas, garantindo que esse processo aconteça com dignidade. Ressaltou ainda a importância do contato dos recuperandos com as famílias e a questão da espiritualidade para a recuperação.
“O dinheiro não é o item mais importante para a manutenção de uma Apac, mas sim o elemento humano. Os voluntários exercem um papel fundamental, e eles passam por um curso de formação. A participação da sociedade é muito importante; ela precisa abraçar a iniciativa”, ressaltou o desembargador. Durante o encontro, ele ainda esclareceu várias dúvidas dos membros da comitiva sobre a aplicação do método e citou frase de Mário Ottoboni, criador do Método Apac, que diz: “Todo homem é maior que seu erro”.
Fonte: TJMG