O julgamento de quatro acusados da Chacina de Felisburgo está marcado para esta quinta-feira (10), às 8h30, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. O júri popular de Adriano Chafik, Milton Francisco de Souza, Francisco de Assis Rodrigues e Washington Agostinho da Silva já foi adiado três vezes. Eles apontados como responsáveis pela morte de cinco pessoas e por lesões corporais em outras 12, durante incêndio em um acampamento do MST na Fazenda Alegria, na cidade de Felisburgo, Vale do Jequitinhonha, em 2004.
Os réus respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio, e podem pegar até 30 anos de prisão.
O julgamento foi adiado pela última vez no dia 21 de agosto, quando o advogado Sérgio Habibi, que defende o acusado de ser o mandante do crime, Adriano Chafik, além de Washington Silva, se ausentou da sessão alegando que faz quimioterapia para tratar um câncer. O defensor de Francisco Rodrigues e Milton de Souza alegou não estar legalmente constituído e, assim como Habibi, requereu adiamento da sessão.
O Ministério Público pediu a prisão preventiva dos acusados, que foi aceita pelo juiz Glauco Soares. Três dos réus foram encaminhados para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde ficaram até o dia 6 de setembro, quando receberam habeas corpus concedido pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marco Aurélio Bellize. Washington Silva, que não compareceu à sessão, também teve decretada a ordem de prisão.
Chacina
Conforme denúncia do Ministério Público, em 20 de novembro de 2004, o acampamento Terra Prometida, na Fazenda Nova Alegria, na cidade do Vale do Jequitinhonha, foi invadido por homens que atiraram contra os assentados, além de incendiarem 27 casas e a escola dos moradores. Na ocasião, cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas.
O fazendeiro Adriano Chafik Luedy é apontado como o mandante do crime, ocorrido após ele perder uma ação de reintegração de posse, ganha pelo Movimento Sem Terra (MST).
Fonte: Rádio Itatiaia