Polícia Federal
O presidente Jair Bolsonaro admitiu nessa terça-feira (28) que cobrava do ex-ministro Sergio Moro relatórios da inteligência da Polícia Federal. Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, o presidente afirmou, no entanto, que não queria ter acesso a inquéritos, pois não é "investigado". "Eu sempre cobrei dele (Sergio Moro) relatórios de inteligência. Eu tinha de saber o que aconteceu no último dia para eu também informar no dia seguinte. E ele sempre negou isso daí",disse Bolsonaro. "Não é justo um presidente viver numa situação dessas. Eu não quero saber de inquérito de ninguém. Não estou sendo investigado", completou, sob o argumento de que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) lhe passa "com certa periodicidade" esse tipo de informação. "Eles mesmo (da PF) dizem que as investigações não têm como ser controladas". Moro pediu demissão na sexta-feira (24) depois que o presidente dispensou o diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo. O ex-juiz da Lava Jato acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na corporação. Bolsonaro se defendeu dessa acusação e disse ter "certeza" que Moro não terá provas para apresentar contra ele. "Ele tem que provar que eu interferi, não eu tenho que provar que sou inocente. Mudou agora o negócio? O que ele falou é lei, é a verdade?", questionou. Além de troca de mensagens que o ex-ministro da Justiça apresentou, pessoas próximas dele garantem que ele possui áudios que devem ser entregues aos investigadores. Ao dizer que tentou negociar com Moro, sem sucesso, um "nome de consenso" para o comando da Polícia Federal, Bolsonaro dirigiu novas farpas na direção do ex-juiz da Lava Jato. "Ele não é dono do ministério como nenhum ministro é dono do ministério. E ponto final". (Agência Estado)
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que lamenta, mas não tem o que fazer em relação ao novo recorde de mortes registradas em 24 horas, com 474 óbitos, passando a China no número total de vítimas que morreram por covid-19.
"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?", perguntou Bolsonaro, em referência ao próprio sobrenome. "Eu sou Messias, mas não faço milagre", completou. Durante a entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, uma jornalista disse ao presidente: "A gente ultrapassou o número de mortos da China por covid-19..." Foi quando Bolsonaro respondeu que nada podia fazer. Conforme boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira, o número de mortes confirmadas pelo novo coronavírus ultrapassou chegou a 5.017. Na China, são 4.643. Momentos depois, na mesma entrevista, Bolsonaro disse se solidarizar com as famílias das vítimas. "Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás", disse o presidente. Questionado se conversaria com o ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre a flexibilização do distanciamento social, Bolsonaro afirmou que não dá parecer e não obriga ministro a fazer nada. (Agência Estado)
Ano letivo
Conselho Nacional de Educação (CNE) autorizou ontem diversos caminhos para aulas remotas e os rearranjos necessários para retomada e reposição das aulas quando as escolas forem reabertas, mas cabe às redes de ensino a regulamentação de cada um deles. E ao Ministério da Educação (MEC), fazer qualquer mudança na lei, sobretudo no que diz respeito a uma possível flexibilização das 800 horas mínimas de carga horária exigida, principalmente, no ensino infantil. As possibilidades estão no parecer sobre a reorganização dos calendários escolares e realização de atividades pedagógicas não presenciais durante o período de pandemia e serão homologadas pelo ministro Abraham Weintraub. Conforme o Estado de Minasantecipou ontem, as estratégias visam a enxugar o conteúdo ao essencial, garantir o vínculo dos estudantes com a escola (evitando um retrocesso na aprendizagem e o agravamento da evasão escolar) e dar um rumo para aretomada presencial das aulas, dos pontos de vista pedagógico e também sanitário. O parecer era aguardado por redes de ensino e escolas, que esperavam, no entanto, aprofundamento de certos pontos, como a forma de fazer a contagem do tempo de aulas remotas. Mas, por fim, o CNE autorizou os sistemas de ensino a computar atividades não presenciais para cumprimento de carga horária de acordo com deliberação própria de cada rede. A flexibilização da carga horária aparece como uma espécie de “esperança” para redes e educadores, embora não haja sinais do MEC de um novo relaxamento – o ministério já abriu mão do cumprimento dos 200 dias letivos, mas ainda restam as 800 horas mínimas. O CNE se disse incompetente para tratar do assunto, visto que o quesito exige mudança na legislação. (Estado de Minas)
CBF
A CBF anunciou na noite desta terça-feira a permissão para que os clubes de futebol voltem às atividades após as férias antecipadas dos jogadores, que termina nesta quinta-feira (30) informação antecipada pelo repórter da Itatiaia Wellington Campos. A entidade afirmou que, após reunião por videoconferência com as 27 federações, definiu-se que elas definirão o calendário e o protocolo para o retorno das competições, a começar pelos estaduais, conforme a situação de cada local. (Rádio Itatiaia)
BH
As práticas de prevenção, afastamento social e ações adotadas em Belo Horizonte garantiram até agora, segundo dados oficiais, uma situação de controle sobre a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) e menos danos ante as demais capitais brasileiras. Segundo dados do Ministério da Saúde e das secretarias municipais e estaduais da área, compilados pela reportagem do Estado de Minas, BH é a penúltima em volume de casos comparados à sua população, de 2,5 milhões, apresentando uma taxa de 21,7 diagnósticos confirmados da COVID-19 por 100 mil habitantes (entre as 50 cidades com mais casos do Brasil). O índice só perde para o de Curitiba, que é de 20,9 por 100 mil habitantes (confira a tabela). As ações refletem também na mortalidade de doentes, que faz de BH a quarta capital com menos óbitos entre os que adoeceram, com uma taxa de 2%, acima apenas de Porto Velho (1,7%), Florianópolis (1,6%) e Boa Vista (0,8%). (Estado de Minas)
BH I
O resultado de um controle de casos e mortes tão efetivo é uma curva de evolução de óbitos com avanço suave, ao longo de 45 dias de circulação da doença na capital mineira. Nesse período, os registros de 11 pacientes que não se recuperaram e faleceram ocorreram em nove datas. O desempenho se aproxima ao de Vitória, capital com um óbito a mais. Contudo, a população capixaba é sete vezes menor, com 362 mil habitantes. A distribuição dos casos é também mais abrupta, com os 12 óbitos ocorrendo em sete dias, o que garantiu uma escalada mais drástica de óbitos, em 42 dias de circulação da doença. Para se ter uma ideia, a taxa de doentes por 100 mil habitantes de Vitória é mais de cinco vezes a de BH, com 115,7, enquanto a letalidade da doença alcançou 2,9%. Os baixos números de Belo Horizonte também destoam fortemente das capitais com volume populacional de mesmo patamar. Como Brasília, de 3 milhões de habitantes e taxa de 34,9 casos por 100 mil residentes (1,6 vezes a capital mineira); Salvador, de 2,9 milhões e taxa de 50 por 100 mil (2,3 vezes); Fortaleza, de 2,7 milhões e taxa de 187 por 100 mil (8,6 vezes); e Manaus, de 2,2 milhões com registro de 124,7 por 100 mil (5,7 vezes). Esse quantitativo de casos e de mortes da capital mineira é uma realidade praticamente paralela se comparado ao das maiores capitais nacionais, todas com curvas bruscas e acendentes. São Paulo por exemplo, como epicentro da pandemia no Brasil, figura em todas as tabelas com os piores resultados e uma taxa de mortes por 100 mil habitantes de 110,3, cinco vezes a belo-horizontina, enquanto os cariocas apresentam 78,3 por 100 mil, índice 3,6 vezes os registros de BH. (Estado de Minas)
Kalil
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), fez um pronunciamento pelas redes sociais na tarde desta terça-feira respondendo a diversas questões a respeito da pandemia do coronavírus e as ações que serão tomadas pela capital mineira. Kalil comparou a situação atual com as dificuldades enfrentadas no início do ano com as chuvas. “Quando teve aquela tempestade eu achei que o pior já tinha acontecido comigo como prefeito de Belo Horizonte, mas não. O pior ainda vinha, como veio, com o que estamos passando hoje com a cidade praticamente fechada”. Ele ressaltou que um grupo monitora diariamente a situação de BH e, por meio de estudos e observações desse grupo, a prefeitura cria condições para autorizar a abertura da cidade. O prefeito demonstrou preocupação em relação a outros estados. “Eu fico horrorizado quando vejo que tem estado importando avião de caixão porque os caixões acabaram. A Prefeitura de São Paulo está encomendando saco plástico para colocar cadáver e eu não quero fazer isso. Não é ditadura, não é gracinha, eu não quero ser o prefeito coveiro”. Kalil lembrou que Belo Horizonte gasta mais de R$ 50 milhões a cada mês que a cidade está parada, mas que a flexibilização sem cautela não é o caminho. “Nós temos condições de abrir o comércio baseado em quê? Tem cidade que fez abertura irresponsável aqui perto e que não tem um respirador. O último contato do prefeito comigo foi para falar que não tinha dinheiro para pagar o Samu”. "Eu não escuto um médico infectologista falando que o que a Prefeitura de BH está fazendo é errado. Na hora que lotar hospital vamos ter que escolher quem vai morrer”, afirmou Kalil, que vai liberar 1.900 covas em cemitérios. (Rádio Itatiaia)
Frio
Belo Horizonte teve a madrugada mais fria do ano nesta terça-feira. Foram registrados 13,8 ºC na Pampulha e 12,6 ºC no alto do bairro Buritis, região Oeste da capital mineira. Ao longo do dia, o tempo deverá permanecer estável, com céu claro, sem previsão de chuvas. Conforme a meteorologista Ruane Maia, da Cemig, foram observadas quedas de 2 ºC a 4 ºC em todo o estado. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Ibirité (13,5 ºC) e Florestal (12 ºC) também registraram recorde de frio. No resto da semana deverá haver queda gradual da umidade relativa do ar e ligeira baixa nas temperaturas na parte da tarde. As máximas não devem ultrapassar os 26 ºC em Belo Horizonte. (Rádio Itatiaia)
Violência
O Brasil teve uma alta de 8% no número de assassinatos nos dois primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. Essa é a primeira parcial divulgada no ano. Em razão da pandemia do novo coronavírus, houve atraso na entrega dos dados e dificuldade para obter os números de todos os estados.
De acordo com a ferramenta, houve 7.743 mortes violentas no primeiro bimestre de 2020. No mesmo período do ano passado, foram 7.195. A alta no início deste ano vai na contramão de 2019, que teve uma queda de 19% no número de assassinatos em todo o ano – no primeiro bimestre do ano passado, a diminuição foi ainda maior (25%) em relação a 2018. O Brasil teve cerca de 41 mil vítimas de crimes violentos no ano passado, o menor número desde 2007, ano em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública passou a coletar os dados. O G1 já havia antecipado, porém, que um terço dos estados tinha apresentado alta nos assassinatos no último trimestre de 2019, o que acendeu o alerta para uma possível reversão da tendência de queda da violência no país, segundo os especialistas.(G1)