Maia X Bolsonaro
Em um novo capítulo da crise política, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), protagonizaram nesta quarta (27) um novo embate público, agravando o mal-estar entre o Executivo e o Legislativo. Num contraponto à equipe ministerial e às lideranças do governo, que vinham tentando arrefecer o clima de incômodo e restaurar os canais de diálogo, Bolsonaro voltou a fazer uma provocação a Maia nesta quarta, o que irritou novamente o deputado federal. Em entrevista à TV Bandeirantes, o presidente disse que o deputado federal foi "infeliz" ao ter atacado o ministro da Justiça, Sergio Moro, e afirmou que Maia está "um pouco abalado com questões pessoais que vêm acontecendo" em sua vida. "Não tenho problema algum com o Rodrigo Maia. Nada, zero problema com ele. Ele está um pouco abalado por questões pessoais que vêm acontecendo na vida dele", disse. Os comentários de Bolsonaro tiveram reação imediata de Maia, que, durante a manhã, havia tentado colocar panos quentes na relação com o Palácio do Planalto após a aprovação de emenda constitucional que diminui o poder do Executivo sobre as emendas de bancada. Maia disse que Bolsonaro está "brincando de presidir o país" e que está na hora dele "parar de brincadeira". Segundo ele, "abalados" estão os brasileiros que aguardam que o governo federal "comece a funcionar". (Folha de S.Paulo)
Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira que não seria irresponsável de deixar o governo após sofrer a primeira derrota. Ele, no entanto, declarou não ter “apego ao cargo”, e afirmou que poderá deixar o governo caso o presidente da República, os partidos e os parlamentares rejeitem sua agenda econômica. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a senadora Eliziane Gama (PPS-MA) perguntou se Guedes deixaria o cargo caso a reforma da Previdência seja aprovada com uma economia inferior à meta de R$ 1 trilhão. O ministro respondeu que acredita na “dinâmica virtuosa” da democracia e declarou que não deixaria o governo na primeira dificuldade. Ele, no entanto, disse que há limites e que o dele será avaliar se está contribuindo com soluções. “Eu venho para ajudar, aí o presidente não quer, o Congresso não quer. Vocês acham que eu vou brigar para ficar aqui? Estou aqui para servi-los. Não tenho apego ao cargo, desejo de ficar a qualquer custo, como não tenho inconsequência e irresponsabilidade de sair na primeira derrota, não existe isso”, respondeu Guedes. (Itatiaia)
Inep
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou, na noite desta quarta-feira (27), que Paulo César Teixeira, diretor de Avaliação da Educação Básica, pediu demissão. A diretoria que ele coordenava é responsável pela realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É a 13ª baixa no alto escalão do MEC e do Inep desde o início do novo governo. O pedido de demissão de Teixeira ocorreu no dia seguinte ao da saída de Marcus Vinicius Rodrigues do cargo de presidente do Inep. A exoneração de Rodrigues foi publicada na terça-feira (26), após polêmica sobre portaria que adiou a avaliação da alfabetização.
Em entrevista ao Bom Dia Brasil, Rodrigues afirmou que o ministério vive uma "incompetência gerencial muito grande" e negou ter cometido erro em portaria. Em audiência na Câmara, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, acusou o ex-subordinado de ter "puxado o tapete". (G1)
Ditadura
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que não houve ditadura no Brasil, referindo-se ao período entre 1964 e 1985, quando as Forças Armadas governaram o país, sem eleições diretas para presidente da República. Para ele, ocorreu uma transição pacífica de poder no final dos anos de 1980. Ele disse que, neste período, houve problemas. "Onde você viu no mundo uma ditadura entregar para a oposição de forma pacífica o governo? Só no Brasil, então não houve ditadura", afirmou o presidente, durante entrevista ao jornalista José Luiz Datena, exibida pela TV Bandeirantes, na tarde desta quarta. De acordo com Bolsonaro, que defendeu a observação do dia histórico, no próximo dia 31 será lida a ordem do dia (mensagem oficial) com referências a datas e fatos históricos. Na entrevista, ele reconheceu que o regime militar cometeu erros, mas negou ter havido uma política de Estado voltada para a repressão. "Nunca tivemos, nas Forças Armadas, uma política de estado repressiva dessa forma que tentam o tempo todo botar na nossa conta. (...) Eu não quero dizer que foi uma maravilha, regime nenhum [é uma maravilha]. De vez em quando tem um probleminha", afirmou. (Itatiaia)
Intimação
A juíza federal da 6ª Vara de Brasília, Ivani da Silva Luz, mandou intimar o presidente Jair Bolsonaro sobre ação popular do advogado Carlos Alexandre Klomphas que pede para que sejam barrados festejos em torno do aniversário do golpe militar, em 31 de março. Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo no domingo (24), o presidente orientou os quartéis a celebrarem a "data histórica", quando um golpe militar derrubou o governo João Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou 21 anos. A magistrada determinou que Bolsonaro e a União se manifestem em até cinco dias sobre a ação. Outra ação, movida por defensores públicos federais nesta terça-feira (26) foi distribuída por prevenção à juíza, que já era relatora da ação popular do advogado, movida no mesmo dia, mais cedo. Na ação, o advogado afirma que a orientação de Bolsonaro "não é o interesse público e sim o jogo da classe dominante". (Itatiaia)
PIB
O Banco Central reduziu de 2,4% para 2% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2019. A estimativa consta do relatório trimestral de inflação, divulgado pela instituição nesta quinta-feira (28). O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Em 2018, o PIB brasileiro cresceu 1,1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o BC, a redução na estimativa de alta do PIB se deve ao crescimento menor do ano passado (que reduz o chamado "carregamento estatístico" da expansão de um ano para o outro), aos "desdobramentos da tragédia em Brumadinho sobre a produção da indústria extrativa mineral; às reduções em prognósticos para a safra agrícola; e, residualmente, à moderação no ritmo de recuperação". (G1)
Zema
O primeiro veto do governador Romeu Zema a ser votado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi derrubado na tarde desta quarta-feira pelos deputados da casa. O placar final ficou em 49 votos a três. Apenas os parlamentares do partido Novo apoiaram o governador no veto e todos os outros deputados presentes votaram contra o parecer de Zema, inclusive Gustavo Valadares (PSDB) que é líder da base. O projeto do deputado Gil Pereira (PP), que também é da base de governo, prevê ações de prevenção contra diabetes em escolas públicas e privadas do estado e foi vetado pelo governador sobr a justificativa de custo financeiro. O líder de governo Luiz Humberto Carneiro (PSDB) negou que Zema tenha liberado os deputados da base para que votassem como quisessem porque já sabia que seria derrotado e teria o veto derrubado. Outros oito vetos estão em pauta na ALMG para serem votados. A partir desta quinta-feira (28) a reforma administrativa, que tramita em regime de urgência, começa a trancar a pauta e ainda não há consenso para aprová-la. Com isso, as votações no plenário da Assembleia param. (Itatiaia)
Fernando Pimentel
A juíza Luzia Divina de Paula Peixôto, da 32ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, aceitou a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) e o ex-governador Fernando Pimentel (PT) se torna réu por tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A suspeita é de que as vantagens tenham sido usadas para financiar a campanha do petista para o governo de Minas, nas eleições de 2014. Ele teria usado sua influência como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Pimentel teria facilitado outorga para construção de aeroporto na região metropolitana de São Paulo. Segundo a denúncia, Pimentel é suspeito de "solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função", informa. Consta na denúncia, que foram feitas várias transferências de dinheiro por diferentes empresas do grupo JHSF, de José Auriemo Neto, que fez delação premiada, como doação à campanha eleitoral. Entre elas, a denúncia aponta as quantias de R$351.250, R$302.500 e R$351.250 à Vox Opinião, para atender as despesas da campanha eleitoral de Pimentel ao governo de Minas. (Estado de Minas)
Barragens
As sirenes de alerta para risco de rompimento de barragens tocaram em Macacos, distrito de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, e em Ouro Preto, na noite desta quarta-feira (27). As estruturas da mineradora nos dois locais não tiveram certificado de estabilidade garantido por auditorias externas. Três barragens tiveram o nível de risco elevado para 3, que significa de ruptura iminente ou já ocorrendo. Em comunicado, a Vale diz que o acionamento das sirenes é uma medida preventiva. O alerta é para a barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, em Macacos, e para Forquilha 1 e Forquilha 3, da Mina Fábrica, em Ouro Preto. A Defesa Civil de Minas Gerais ressaltou que os moradores da zona de autossalvamento (ZAS) —área a 10 km ou 30 minutos da chegada da lama— já foram retirados em outras ações, quando as estruturas tiveram o nível de alerta elevado para 2. (Folha de S.Paulo)
Venezuela
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu, na Casa Branca, Fabiana Rosales, mulher de Juan Guaidó, autodeclarado presidente da Venezuela, em Washington (EUA). O encontro ocorreu no momento em que os venezuelanos enfrentam mais um apagão. Ao presidente norte-americano, a mulher do venezuelano disse temer pela segurança do marido. Na audiência, Trump pediu para a Rússia sair da Venezuela, pois os russos dão apoio ao governo de Nicolás Maduro, com suporte econômico e militar. Ontem (27), em Caracas, Guaidó apelou para aumentar a pressão contra Maduro. (Agência Brasil)