Brumadinho
A Defesa Civil de Minas Gerais atualizou às 18h20 desta quarta-feira os números de vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O órgão informou que subiu para 99 os mortos, sendo que 57 corpos foram identificados. São 259 desaparecidos, 393 localizados com vida e 264 desabrigados. Dez pessoas estão hospitalizadas. A orientação da Polícia Civil é que as famílias não compareçam ao IML (Instituto Médico Legal) e, sim, comuniquem-se via internet e redes sociais. Segundo a Defesa Civil, cinco dias após o desastre causado pelo rompimento da barragem, ainda há regiões de Brumadinho que sofrem com a falta de energia. O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil, disse que os trabalhos na região da mina do Córrego do Feijão começaram por volta das 4h da manhã. A barragem B6, com água, segue monitorada 24 horas por dia, segundo o órgão, sem risco de rompimento. Um plano de contingência, entretanto, foi elaborado de forma preventiva. (Rádio Itatiaia)
Brumadinho I
Familiares de vítimas do rompimento da Barragem I da Mina do Feijão, em Brumadinho, que desejam receber o repasse de R$ 100 mil da mineradora Vale devem seguir uma ordem alfabética para fazer o requerimento. Os pedidos serão feitos a partir desta quinta-feira (31) na Estação do Conhecimento e também no Centro Comunitário do Feijão. Estão aptos a receber o repasse famílias de funcionários da Vale, contratados e terceirizados, além de membros da comunidade, falecidos ou desparecidos, conforme a lista oficial validada pela Defesa Civil de Minas Gerais e divulgada no site da vale. A ordem obedece ao critério da letra na qual se inicia o nome da vítima. Apenas um representante poderá se registrar para receber o valor. Serão priorizados inicialmente os responsáveis legais por filhos menores de idade, seguidos de cônjuges ou companheiros em regime de união estável, descendentes e, por último, ascendentes. No momento do registro, é necessário apresentar a documentação comprobatória de vínculo familiar e dada pessoal e original atualizada (nome completo, RG, CPF, data de nascimento, endereço completo, e-mail, telefone e dados bancários). (Rádio Itatiaia)
Rio Paraopeba
As águas do Rio Paraopeba, atingido pelo rompimento da Barragem Mina do Feijão, apresentam riscos à saúde humana e animal. Comunicado conjunto das Secretarias de Estado de Saúde, do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais divulgado na noite dessa quarta-feira (30) adverte que qualquer pessoa que tenha tido contato, ingerido ou consumido alimentos preparados com a água que apresentarem náuseas, vômitos, coceira, diarreia, tontura ou outros sintomas deve procurar a unidade mais próxima de saúde. As análises foram feitas com mostras coletadas entre os dias 25 (quando o acidente ocorreu) e 29. Foram encontrados valores até 21 vezes acima do aceitável de chumbo total e mercúrio total. Também foi constatada a presença de níquel, chumbo, cádmio, zinco no dia 26 em um dos pontos de monitoramento. Diante dessa situação, o governo de Minas desaconselha o uso da água para qualquer finalidade até que a situação esteja normalizada. A recomendação vale desde a confluência do Rio Paraopeba com o Córrego Ferro-Carvão até Pará de Minas. Deve ser respeitada uma área de 100 metros das margens acometidas. (Rádio Itatiaia)
Israel
Os 136 soldados e oficiais israelenses que estavam desde o último domingo em Minas Gerais para ajudar nas buscas por vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, se despedem do Brasil nesta quinta-feira. Policiais militares do estado, integrantes do Comando Aéreo e do Corpo de Bombeiros participaram de uma solenidade de agradecimento e despedida da tropa nesta manhã no 12º Batalhão de Infantaria (BI), no Barro Preto, em Belo Horizonte. Na cerimônia, o coronel Golan Vach, chefe da delegação, disse que se sente honrado em ter contribuído com os trabalhos, chamou os brasileiros de amigos e colocou um patch do Brasil em um dos braços. Ainda durante a solenidade, o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, agradeceu aos militares e falou sobre a importância de uma parceria tecnológica entre os dois países para melhorar a vida da população. O governador Romeu Zema (Novo) também estava presente. (Estado de Minas)
Barragens
A decisão da Vale de desmontar dez barragens semelhantes à que se rompeu em Brumadinho vai causar um grande impacto econômico nos municípios da região central de Minas Gerais. As prefeituras dependem dos royalties da mineração - a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM - que, em algumas cidades, representam mais de 20% da receita anual. Os prefeitos se preocupam com o desemprego e a queda na receita, num momento em que as prefeituras já enfrentam dificuldades por conta da crise que atinge o estado. Prefeitos estão se mobilizando para discutir medidas alternativas. A cidade de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com quatro minas a serem desativadas - Capitão do Mato, Tamanduá, Vargem Grande e Abóboras - será a mais afetada. "A mineração representa metade da nossa receita. Além do CFEM, temos de considerar que essa atividade gera também ICMS e ISS, pois tem os empregos e as empresas terceirizadas", disse o prefeito Vitor Penido de Barros (DEM). "Se acontecer, o fechamento vai inviabilizar uma cidade de 94 mil habitantes." Ele estima que a receita do município, que foi de R$ 540 milhões no ano passado, vai cair para R$ 320 milhões. "Esse valor corresponde ao da folha de pagamento. A cidade vai parar." Somente de Nova Lima e de Itabirito, cidade vizinha, as minas que a Vale vai fechar, pelo menos temporariamente, empregam 2,5 mil pessoas, segundo Barros. "Não estão incluídos os empregos indiretos gerado pelas transportadoras, pelos prestadores de serviços de toda espécie. São muitos. Vai ser outro desastre." O prefeito disse ter sido informado pela Vale de que os projetos para a retirada dos rejeitos devem ser aprovados num prazo de 90 a 120 dias. Nesse período, as unidades continuarão operando normalmente. "Ainda não sabemos se as quatro usinas daqui param totalmente. É certo que na Vargem Grande, a paralisação será de 100%." (Agência Estado)
Inhotim
O Instituto Inhotim divulgou nesta tarde (30) um comunicado informando o cancelamento da reabertura que havia sido programada para sexta-feira (1º). O aviso foi publicado em suas redes sociais. Ainda não há nova data definida. O centro de arte sediado em Brumadinho (MG) foi evacuado após o rompimento da barragem da Vale, na última sexta-feira (25), e encontra-se fechado desde então. No comunicado, o Inhotim afirmou que vem acompanhando de perto os desdobramentos do desastre e que está mobilizado para prestar apoio à comunidade e aos atingidos. "A tragédia provocou impactos diretos no instituto, uma vez que, dos cerca de 600 funcionários que emprega, 80% moram na região. Desses, 41 têm familiares próximos desaparecidos ou com óbito declarado, e os demais procuram por amigos e pessoas conhecidas", registra o texto. Sede de um grande acervo de arte contemporânea do Brasil, Inhotim é considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Ainda de acordo com o comunicado, uma nova data de reabertura será informada quando o instituto encontrar o momento propício para receber novos visitantes. (Agência Brasil)
ONU
Em um duro comunicado ao governo brasileiro, relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) pedem uma "investigação imediata, completa e imparcial" em relação ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os especialistas ainda alertam para os riscos da flexibilização proposta em leis ambientais e pedem que nenhuma nova barragem seja construída ou autorizada até que a segurança esteja garantida. "Dezenas de pessoas foram mortas e centenas ainda estão desaparecidas devido ao desastre envolvendo a mina de Córrego do Feijão de propriedade da mineradora Vale", indicaram. A declaração é assinada por Baskut Tuncak, relator da ONU sobre as implicações para os direitos humanos do gerenciamento e disposição de substâncias tóxicas e rejeitos, por Léo Heller, relator para os direitos humanos à água potável segura e ao esgotamento sanitário, pelo grupo de trabalho sobre direitos humanos e corporações transnacionais e por David Boyd, relator da ONU para os direitos humanos e o meio ambiente. "A tragédia exige responsabilização e põe em questão medidas preventivas adotadas após o desastre da Samarco em Minas Gerais há apenas três anos, quando uma inundação catastrófica de resíduos de mineração próximo a Mariana matou 19 pessoas e afetou a vida de milhões", disseram os especialistas. "Incitamos o governo a agir decisivamente em seu compromisso de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar mais tragédias desse tipo e levar à justiça os responsáveis pelo desastre", pediram os relatores. (Agência Estado)
Bolsonaro
Três dias depois da cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal e da retirada da bolsa de colostomia, o presidente Jair Bolsonaro já está no quarto, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Por recomendação médica, as visitas estão limitadas, assim como conversas. Porém, ele tem se exercitado, com o apoio da fisioterapia, e faz caminhadas. O porta-voz da Presidência da República, Otavio do Rêgo Barros, disse que Bolsonaro vai se comunicar, por meio de videoconferência ou audioconferência, com os ministros, quando necessário. Rêgo Barros afirmou que o presidente será preservado de falar porque há possibilidade de que gases entrem em sua cavidade abdominal, o que poderia provocar dores e dificuldade na cicatrização. Segundo o porta-voz, assim que houver liberação médica, Bolsonaro poderá falar novamente para exercer suas funções na presidência. A previsão de alta é de 10 dias após a cirurgia. (Agência Brasil)
Lula
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva não irá a São Bernardo do Campo para se encontrar com familiares após o sepultamento de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá. O próprio ex-presidente teria comunicado seus advogados após tomar conhecimento de que seu irmão já tinha sido sepultado. "O presidente Lula gostaria de participar do enterro e se despedir do seu querido irmão. É claro que ele também quer se encontrar com a família, mas para isso vai ter outra oportunidade", disse Okamotto. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, acolheu parcialmente o pedido da defesa de Lula e havia autorizado que o ex-presidente se deslocasse para uma unidade militar na região do ABC, em São Paulo, para se encontrar familiares. Na decisão, Toffoli assegurava a possibilidade de que o corpo do seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, fosse deslocado para a unidade militar, destacando que "prestar a assistência ao preso é um dever indeclinável do Estado". Vavá, no entanto, foi sepultado minutos depois, às 13 horas. (Agência Estado)
Lava Jato
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (31) a 59ª fase da Operação Lava Jato. São cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária por 60 policiais federais, com o apoio de 16 auditores fiscais da Receita Federal, em São Paulo e Araçatuba (SP). Há suspeitas de que o esquema criminoso foi possível devido a acordo entre os investigados, que responderão pela prática dos crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os presos e o material apreendido serão levados para a Superintendência da Policia Federal em Curitiba, no Paraná. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba, com base nos termos da colaboração premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os contratos suspeitos somam mais de R$ 682 milhões. As investigações colheram indícios que apontam que empresas pagaram vantagens indevidas, de forma sistemática, a executivos da Transpetro. O esquema envolvia o pagamento de um percentual de propina, que alcançou o montante de até 3% do valor de 36 contratos formalizados com a estatal entre 2008 e 2014. (Agência Brasil)