JBS

O dinheiro da JBS, principal conglomerado brasileiro do setor de carnes, ajudou a eleger um em cada três dos integrantes da Câmara e do Senado. O grupo foi o principal financiador privado de candidatos na eleição de 2014. Entre os documentos que os delatores da JBS entregaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) está uma lista de deputados eleitos em 2014 e beneficiados por doações do grupo empresarial. Nela, há 166 nomes – 32% do universo de 513 deputados eleitos. No pacote de documentos também há uma relação dos atuais senadores, com um “ok” marcado ao lado do nome de cada parlamentar que recebeu recursos da JBS. A lista inclui 28 senadores, ou 35% do total de 81 parlamentares da Casa. O grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista fazia lobby no Executivo, no Congresso e também em governos estaduais para obter vantagens e ganhar mercado. Em ao menos um caso, houve compra de votos na Câmara para aprovar legislação que dava à companhia benefícios tributários, segundo confissão dos delatores. (Estadão)

TEMER

Depois de Michel Temer investir na estratégia de desqualificar o empresário Joesley Batista e pedir ao Supremo Tribunal Federal a suspensão do inquérito contra ele com base na delação do dono da JBS, o presidente e seus principais ministros fizeram neste domingo (21), um esforço concentrado para evitar o desmanche da base aliada. Principais sócios da coalizão governista, PSDB e DEM atenderam a apelos do Planalto e decidiram esperar a decisão do STF para anunciar se rompem ou não com a gestão Temer. A reunião marcada no sábado (20), à noite pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que assumiu o comando da legenda, foi desmarcada na manhã de ontem, com a ajuda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A defesa de Temer pede a suspensão do inquérito até que seja verificada a integridade do áudio da conversa entre o presidente e Joesley, gravado e entregue pelo empresário à Procuradoria-Geral da República. A Polícia Federal começou a realizar na noite de domingo a perícia na gravação. À noite, Temer reuniu 23 deputados federais, seis senadores e 17 dos 28 ministros no Palácio da Alvorada para discutir a crise política. Tasso e o presidente do DEM, Agripino Maia (RN), compareceram. No início da tarde, diante de informações de que o jantar convocado pelo presidente seria esvaziado, seus interlocutores dispararam telefonemas para garantir quórum. Os relatos que têm chegado ao núcleo duro do governo não são otimistas. Há pressão de diretórios estaduais pelo desembarque. (O Tempo)

TEMER 2

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou neste domingo (21) à Polícia Federal uma série de questionamentos sobre as gravações feitas pelo dono do grupo JBS, Joesley Batista, antes de firmar a delação premiada que serviu de base para a abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer. A defesa de Temer também enviou os chamados “quesitos” ao Supremo Tribunal Federal (STF), contendo 15 pontos. Desde que o conteúdo da conversa veio à tona, Temer tem feito críticas e desqualificado as acusações. Ele negou que tenha atendido a pedidos de Joesley e disse não acreditar no que chamou de "fanfarronices" do empresário, quando este disse que buscava obstruir a Justiça. Ao pedir a continuidade das investigações, a PGR garantiu que não há "mácula que comprometa a essência do diálogo". O ofício do Ministério Público Federal, endereçado ao delegado Josélio Azevedo de Souza, coordenador da Força Tarefa da Operação Lava Jato no STF, contém 16 perguntas a serem analisadas pela perícia técnica da PF. Entre outros pontos, elas questional o formato do áudio, eventuais interrupções e evidência de que alguns trechos foram editados. O pedido foi feito após o Supremo determinar ontem (20) a verificação técnica do conteúdo gravado por Joesley. Atendendo solicitação da defesa de Temer, o STF enviou o conteúdo para perícia da PF, mas não suspendeu as investigações, deixando a decisão para o plenário da Corte. (Agência Brasil)

ELEIÇÃO INDIRETA

Enquanto o núcleo duro do Palácio do Planalto adota o discurso de que apenas a permanência do presidente Michel Temer pode garantir a governabilidade e aprovar as reformas trabalhista e da Previdência, aliados e adversários do peemedebista já debatem nos bastidores qual o perfil ideal e os nomes mais viáveis para a eventualidade de uma eleição indireta. Existem alguns consensos nos dois lados. O primeiro é que qualquer decisão passará pelas reformas trabalhista e da Previdência. O segundo é que dificilmente um nome de fora da política terá força para construir uma maioria entre os deputados e senadores que formarão um possível colégio eleitoral. Em caráter reservado, líderes da base governista dizem que a eleição de um presidente-tampão teria a mesma dinâmica de uma disputa pela Mesa Diretora da Câmara. Ou seja: tem mais chance de vencer quem tiver trânsito nas bancadas e condições de oferecer cargos. (Estadão) Existem alguns consensos nos dois lados. O primeiro é que qualquer decisão passará pelas reformas trabalhista e da Previdência. O segundo é que dificilmente um nome de fora da política terá força para construir uma maioria entre os deputados e senadores que formarão um possível colégio eleitoral. Em caráter reservado, líderes da base governista dizem que a eleição de um presidente-tampão teria a mesma dinâmica de uma disputa pela Mesa Diretora da Câmara. Ou seja: tem mais chance de vencer quem tiver trânsito nas bancadas e condições de oferecer cargos.

ECONOMIA

Os acontecimentos políticos da semana passada refletiram diretamente nas perspectivas para a indústria neste ano. Se antes os caminhos traçados pelo governo federal eram coerentes com as expectativas dos empresários, agora, uma nuvem de incertezas paira sobre o ar. Nesse impasse, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) cogita rever para baixo as previsões do setor para 2017 em território mineiro e no Brasil, antes fixadas em 1,9% e 1,25%, respectivamente. “Ainda é cedo para confirmar se esses números não serão realizados. São muitos fatores envolvidos, porque tem a indústria extrativa, que é voltada para o setor externo. Por outro lado, a indústria de transformação, como veículos, construção civil e também o comércio, tendem a ser mais afetados”, afirma a economista da entidade, Daniela Britto. Os indicadores econômicos, segundo Daniela, apontavam melhora visível em níveis estadual e nacional. Como exemplo, ela cita o emprego. Após as delações do grupo JBS, que chegaram a derreter a bolsa de valores, porém, tudo pode mudar. “No Brasil, em abril houve abertura líquida no setor de serviços de 25.210 vagas, de 14.383 na agricultura e 12.212 postos na indústria. Em Minas, o saldo foi positivo 14.818 postos de trabalho. Foi o segundo Estado de melhor resultado positivo, só perdendo para São Paulo”, afirma. (Hoje em Dia)

BRICS

A 9ª Cúpula do Brics, bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul, que ocorrerá em setembro na cidade chinesa de Xiamen, pretende aprofundar a cooperação pragmática entre os países-membros e fortalecer a governança para fazer frente aos desafios globais, segundo o governo chinês. A 100 dias do início da cúpula do grupo de economias emergentes, o secretário-geral do Partido Comunista de Xiamen e autoridade máxima da cidade, Pei Jinjia, disse hoje (22) que uma das prioridades do governo chinês é fortalecer a cooperação Sul-Sul. Ele destacou que o encontro pretende ser uma importante plataforma para atingir esse objetivo. “Expandir a cooperação Sul-Sul vai contribuir para a promoção da globalização da economia e o fortalecimento das parcerias econômicas”, afirmou, em entrevista coletiva, em Xiamen. A cúpula que reunirá os chefes de Estado e de governo dos cinco países-membros do bloco ocorrerá na cidade chinesa entre os dias 3 e 5 de setembro, sob o tema "Brics: parceria mais forte para um futuro mais brilhante". (Agência Brasil)

CAMELÔS

Caixotes de papelão, caixas de plástico, armações de madeira, suportes de metal, bancas e outros improvisos montados para a exposição de produtos ao ar livre nas calçadas do Centro de Belo Horizonte indicam o tamanho do desafio a ser cumprido na capital mineira. Passados 55 dias do anúncio da prefeitura para reorganizar a região e retirar os camelôs, especialistas aguardam as ações do poder municipal e dizem que, se nada for feito, em breve a cidade pode ter as vias públicas tomadas pelo comércio informal, revivendo um cenário extinto no início dos anos 2000, quando quase 3 mil ambulantes ocupavam ruas e avenidas da área central. Agora, com cerca de 800 pessoas na mesma situação, BH se depara com outro perfil de vendedores ilegais. Se há 14 anos os clandestinos eram “profissionais”, hoje, a antiga ocupação ficou para trás no momento da baixa na carteira de trabalho. A administração municipal avisa que está em busca de solução pacífica para o problema, incluindo ajuda para instalar os interessados em feiras e shoppings populares. (Estado de Minas)

MEIO AMBIENTE

Fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), policiais militares de meio ambiente e agentes das prefeituras de Contagem, Ibirité, Sabará e Vespasiano prometem agir a partir de hoje para combater o círculo de pelo menos oito aterros da Grande BH que recebem resíduos sólidos contaminados vindos principalmente da capital mineira. Apenas a prefeitura de Santa Luzia não se posicionou sobre a degradação ambiental denunciada na edição de ontem do Estado de Minas. A equipe de reportagem acompanhou o movimento de caminhões de caçambas, de 43 empresas, que deixam Belo Horizonte repletos de restos de construção civil. O entulho inerte pode ser aterrados nesses espaços, mas chega misturados a lixo doméstico, sucata, rejeitos químicos e outros poluentes. O material precisaria ser separado, mas o EM mostrou que nesses espaços a ordem é cobrir tudo com terra, abrindo espaço para a contaminação dos lençóis de água subterrâneos e do meio ambiente. Até o Rio das Velhas, que é o segundo mais volumoso manancial a contribuir com o Rio São Francisco e onde já foram investidos milhões em despoluição, vem sendo soterrado com a deposição irregular de rejeitos de obras, reformas e lixo, em Sabará e em Santa Luzia. (Estado de Minas)