Coronavírus

O Brasil completou cinco semanas com média diária de mortes pelo novo coronavírus igual ou superior a mil. Nos últimos sete dias, foram 1.055 óbitos, segundo dados do levantamento realizado pelo consórcio de veículos da imprensa.Desde a semana encerrada em 21 de junho, quando a soma dos óbitos dividido por sete deu como resultado 1.039, que os números não saem da escala milenar. No domingo seguinte, dia 28, ficou em exatamente mil. Na sequência, subiu para 1.035. Nos últimos sete dias até 12 de julho, foram 1.036 mortes. O país registrou nesse domingo (19) 716 óbitos, com o total em 79.533. Foram também 24.650 novos casos da doença, com 2.099.896 infectados no total. Os números, no entanto, devem variar um pouco do que foi apontado. Isso porque a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás informou ajusta dados nos sistemas oficiais, corrigindo, por exemplo, eventuais duplicidades. Rondônia não enviou os dados até o horário de fechamento e, desta forma, serão atualizados no boletim desta segunda-feira. Os números do Rio de Janeiro correspondentes aos registros do final de semana foram atualizados no boletim desse domingo (19) - no sábado (18) a secretaria estadual fluminense não enviou os dados. Em plena pandemia da covid-19, o Ministério da Saúde completou 65 dias sem chefe titular. O número de mortes nas últimas 24h do consórcio batem com o do governo deste domingo: 716. O número total de vítimas fatais diverge um pouco. Pelos dados do governo são 79.488 pessoas. Foram confirmadas 23.529 novas contaminações, chegando a mais de 2.098 milhões de brasileiros. O dado do ministério também não significa que todas as mortes ocorreram nas últimas 24h por causa dos problemas informados pelas secretarias estaduais do Rio, Rondônia e Goiás. No sábado (18) o Piauí também não enviou os números.(Agência Estado)

BH

O médico infectologista, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, o doutor Estevão Urbano, declarou que o isolamento social realizado pela capital mineira durante o período de pandemia do novo coronavírus (covis-19) foi o que mais surtiu efeito no país.  A declaração foi feita durante entrevista ao jornalista Júnior Moreira no programa Domingo Especial, da Rádio Itatiaia, deste domingo (19). “Em Belo Horizonte, na minha visão, o isolamento foi talvez o melhor do país. Estamos falando da política de distanciamento. Por mais sofrido que o povo esteja hoje do ponto de vista socioeconômico e do ponto de vista emocional, por mais cansativa que esteja  a condução da pandemia e por mais penalizado que o setor produtivo tenha sido, isso acontece no país inteiro. Isso acontece no mundo inteiro. Não vai existir no país um estado que sofra menos com economia por ter flexibilizado antes ou ter distanciado de uma forma menos eficiente privilegiando outros setores", argumentou.O infectologista declarou ainda que o isolamento foi o principal influenciador para o baixo número de mortes registradas em decorrência da doença na capital mineira. "Quando nós olhamos para trás, especialmente em Belo Horizonte, nós vemos que a mortalidade foi muito baixa em relação ao restante do país. Belo Horizonte tem a mortalidade mais baixa entre todas as capitais com população de mais de um milhão de habitantes", afirmou. O membro do comitê da PBH ainda diz que o município vai conseguir se reerguer sem precisar ter sacrificado a vida dos moradores. "Nós estamos vislumbrando, ou seja, nós estamos imaginando que estamos olhando para trás e passando o pior da pandemia. Quando começarmos a retomada dos setores produtivos, acho que nós teremos uma possibilidade de recuperação no mínimo no mesmo padrão que os outros Estados do país. Mas é importante lembrar que termos muito menos perdas de vida", encerrou. (Rádio Itatiaia)

Vacina

Na madrugada desta segunda-feira, o Brasil recebeu vacinas para testagem contra o novo coronavírus produzidas pelo laboratório chinês Sinovac Biotech. O material, que teve última partida de Frankfurt, na Alemanha, chegou em território nacional depois de 11 horas de viagem, por volta das 4h20 desta segunda, no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo. O material para testagem seguirá para o Instituto Butantan, em São Paulo, que conduzirá o estudo. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) já autorizou o início dessa fase de testes clínicos com a vacina, que devem acontecer por três meses. Nesta fase, a terceira do estudo, o Conep busca comprovar a segurança e a eficácia da vacina contra a COVID-19. Serão testados nove mil voluntários recrutados para participar da experiência. A inscrição dos interessados foi feita por aplicativo, lançado na última segunda-feira. Os testes começam nesta segunda-feira. O diretor do Butantan, Dimas Covas, à frente do estudo com a “Coronavac”, disse que a vacina é considerada uma das mais promissoras do mundo e que está otimista para disponibilizar o imunizante no Brasil no fim deste ano ou no início de 2021. Segundo ele, nos estudos preliminares, mais de 90% dos participantes desenvolveram anticorpos desejados. Os testes serão realizados em voluntários de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal. Os participantes não podem ter sido infectados pelo vírus nem devem participar de outros estudos. Mulheres não podem estar grávidas ou planejar gravidez por três meses. As pesquisas começarão na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e, após autorização, serão realizadas também na Universidade de Brasília (UnB); no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro; no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais; no Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul e no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Teste parecido é feito com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford (Inglaterra), em São Paulo e no Rio de Janeiro. (Estado de Minas)

Eleições

A pandemia de coronavírus trouxe desafios extras à realização das eleições municipais deste ano. No mês passado, o Congresso Nacional aprovou o adiamento do pleito para novembro, mas ainda há dúvidas sobre uma série de medidas que precisarão ser adotadas para garantir a segurança de eleitores e mesários. Contato com a urna, tempo de duração do pleito, filas e risco de maior abstenção ainda preocupam o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A biometria era outra preocupação. Mas, na última semana, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, vetou a identificação pelas digitais. A medida segue recomendações de infectologistas e técnicos da Corte que apontaram que a identificação por digital poderia aumentar o risco de contaminação e também o tempo médio para cada eleitor votar, provocando filas e aglomerações. Outras mudanças ainda serão discutidas e definidas em agosto, quando o TSE retoma suas atividades. Entre elas, não é descartada a ampliação do horário de votação, de modo a se evitar aglomerações. No entanto, essa ampliação traz também preocupações extras com a possibilidade de que seja necessário um maior número de mesários para cobrir todo o horário. “Há uma dificuldade de treinamento de mesários, isso é fato, e talvez até mesmo de convocação”, avalia o professor de direito eleitoral da PUC Minas e da Faculdade Arnaldo e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral, João Andrade. O juiz auxiliar da presidência do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), Joemilson Donizetti Lopes, admite que há uma baixa de mesários voluntários que têm sido contatados pelos servidores do Tribunal. Os candidatos a mesários têm apresentado justificativas diversas para não atuar nas eleições deste ano. Por outro lado, Lopes diz que há uma busca maior pelo cadastro online do órgão para mesário e afirma que a Corte ainda não trabalha com a previsão de aumento do número de mesários. O juiz também explicou que, neste ano, toda a convocação e treinamento serão realizados de forma remota, ou seja, o mesário não terá que comparecer ao cartório eleitoral. “Já temos alguma definição sobre EPIs (equipamentos de proteção individual) e serão fornecidos a todos mesários convocados. Além disso, vamos fazer treinamento por videoconferência e as convocações serão por meios eletrônicos para evitar contato, como telefone, e-mail e até WhatsApp”, explica. Também há uma preocupação quanto ao contato do eleitor com a urna eletrônica, já que seria inviável higienizar as teclas a cada voto. Lopes conta que, uma das possibilidades é a distribuição de luvas descartáveis aos eleitores. No caso de Minas, o TRE inclusive já estimou os gastos com a medida, que custaria aproximadamente R$ 435 mil, considerando o universo de 15.889.537 eleitores aptos a votar em novembro deste ano. “Isso ainda é só uma hipótese que depende de definição do TSE”, concluiu Lopes. (O Tempo)

Flávio Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) vai depor na segunda-feira (20) ao Ministério Público Federal (MPF) na investigação que apura supostos vazamentos da Polícia Federal na Operação Furna da Onça. O filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, vai depor na condição de testemunha a um procurador da República que vai ao seu encontro em Brasília. Em nota divulgada nesse sábado (18), a assessoria do parlamentar informou que o senador marcou a data do depoimento "para que a verdade seja restaurada o mais rápido possível". Ele foi intimado em 19 de junho e tinha trinta dias para marcar a data do depoimento. A investigação do MPF faz parte do procedimento aberto para apurar declarações feitas pelo ex-aliado do governo, o empresário e pré-candidato à prefeitura do Rio, Paulo Marinho (PSDB), de que o filho mais velho do presidente foi previamente avisado sobre a operação que trouxe à tona as movimentações atípicas nas contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz. O ex-funcionário de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), o que arrastou o então deputado estadual para o centro de uma investigação criminal sobre suposto esquema de desvio de salários em seu gabinete, a chamada "rachadinha". Marinho afirma que, segundo relato do próprio Flávio, um delegado da Polícia Federal avisou das investigações pouco após o primeiro turno das eleições daquele ano e informou que membros da Superintendência da PF no Rio adiariam a operação para não prejudicar a disputa de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018. (Agência Estado)

Samarco

Perto de completar cinco anos sem uma resposta definitiva para a indenização dos atingidos e a reparação ambiental do desastre do rompimento da Barragem do Fundão, operada pela Samarco, em Mariana, os avanços conquistados até agora podem ser prejudicados por um vício. Segundo denúncias do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) a que a reportagem do Estado de Minas teve acesso, a promotora de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e coordenadora do Grupo de Trabalho de Recuperação do Rio Doce (GTRD), Mônica Bermudes Medina Pretti, não poderia atuar em ações contra a Vale, por ser a mineradora defendida pelo escritório Sérgio Bermudes, de propriedade do tio dela, nem contra a Samarco, por ter o irmão dela advogado para a empresa. O MPES nega qualquer irregularidade e afirma que “não houve atuação direta dos citados em procedimentos e processos extra e judiciais da promotora de Justiça em relação ao desastre ocasionado pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana”. Em relação à Vale, a assessoria afirmou que a empresa “tomou conhecimento e vai estudar o caso”. Para Tchenna Maso, advogada da coordenação nacional do MAB, “o correto teria sido a promotora declinar sobre essas causas e se declarar sob suspeição devido ao conflito de interesses por serem os dois lados da mesma família. Isso pode levar à anulação de várias decisões e atrasar todo o processo”. (Estado de Minas)