Bolsonaro

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se prepara para desembarcar amanhã (30), pela manhã, em Brasília em um voo comercial. A informação foi confirmada por aliados à Agência Brasil. Como fez no primeiro turno, Bolsonaro evitou utilizar jatinhos particulares, viajando sempre em voos de carreira. Em Brasília, ele dará início aos trabalhos do governo de transição, quando as equipes dele e do presidente Michel Temer sentarão para analisar os principais detalhes da estrutura administrativa federal. O presidente eleito deve passar o dia de hoje em casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O local foi usado como o quartel-general da campanha ao longo dos últimos dias e cenário de muitas das declarações reportadas ao povo ao longo da disputa eleitoral. Aliados e amigos de Bolsonaro vêm tentando, nos últimos dias, convencê-lo a permanecer no Rio de Janeiro esta semana para descansar, sob a argumentação de que terá dias de muito trabalho pela frente. O presidente eleito já confirmou o nome de quatro ministros: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Fazenda), General Heleno (Defesa) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). A expectativa é que todo o primeiro escalão já esteja definido em novembro. Além disso, 50 nomes serão indicados para o governo de transição quando o grupo deve traçar as primeiras estratégias a partir do que Bolsonaro apontar como prioridade. (Agência Brasil)

Tolerância

Ao parabenizar o novo presidente da República eleito, Jair Bolsonaro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, fizeram discursos em favor da união nacional e contra a intolerância entre os brasileiros. Os três falaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, após a ministra Rosa Weber, presidente da Corte, ter feito o anúncio oficial de Bolsonaro como vencedor da corrida presidencial deste ano. Primeiro a falar, Toffoli defendeu uma convivência harmoniosa e um país sem radicalismos, seja por parte da situação ou da oposição. “É momento de união, de serenidade e de combate a qualquer forma de intolerância. O pais se formou como uma sociedade tolerante e continuará a sê-lo”, afirmou. O presidente do STF ainda fez uma defesa das liberdades de expressão, de imprensa, de opinião, de consciência política, de crença e culto. “É na pluralidade e na diversidade e no respeito às diferenças que se constrói uma nação”, disse. Toffoli enfatizou que o presidente eleito deve, conforme a Constituição, “promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor ou qualquer forma de discriminação”. Em nome dos 11 ministros do STF, ele afirmou que a Corte “seguirá com sua missão de moderador de eventuais conflitos sociais políticos e econômicos, garantindo a paz social”. Em seguida, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também destacou que o presidente eleito deve governar e promover o bem de todos, sem discriminação. “A democracia é o governo da maioria em respeito à minoria”, afirmou. (Agência Brasil)

Repercussão

A imprensa internacional destacou neste domingo (28) a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República. Principal jornal norte-americano, o The New York Times afirma que o Brasil é o mais recente país a se encaminhar para a extrema direita, elegendo um populista como presidente “na mais radical mudança política desde que a democracia foi restaurada há mais de 30 anos”. “O novo presidente, Jair Bolsonaro, exaltou a ditadura militar do país, defendeu a tortura e ameaçou destruir, prender ou mandar para o exílio seus oponentes políticos”, diz o texto. O jornal inglês The Guardian traz em sua manchete na versão online a vitória do candidato do PSL. “Um populista de extrema-direita, pró-armas, pró-tortura foi eleito como o próximo presidente do Brasil após uma eleição dramática e profundamente dividida que deve mudar radicalmente o futuro da quarta maior democracia do mundo”, afirma a reportagem. Segundo o veículo, Bolsonaro construiu sua campanha com os lemas de combate à corrupção, ao crime e a uma suposta ameaça comunista no país. O francês Le Monde também traz a eleição de Bolsonaro em sua manchete, ressaltando que o presidente eleito promete “mudar o destino do país”. O jornal ainda destaca que Fernando Haddad, o candidato do PT derrotado no segundo turno, pediu que “seus 45 milhões de eleitores sejam respeitados”. O espanhol El País publica em sua manchete que a vitória de Bolsonaro leva a extrema direita ao poder no Brasil. Segundo a reportagem, o "ultradireitista" Bolsonaro, “nostálgico da ditadura”, ganhou de forma contundente a eleição. “Ambos [Bolsonaro e Haddad] se enfrentaram em uma campanha marcada pela tensão, pelo triunfo da desinformação nas redes sociais, e, sobretudo, pelas atitudes antidemocráticas de Bolsonaro”, diz o jornal espanhol. O argentino El Clarín afirma que a campanha de Bolsonaro se baseou nas denúncias contra a corrupção de governos petistas e contra a insegurança pública. Citando o discurso de Bolsonaro após a confirmação de sua vitória, o jornal destacou que o presidente eleito se comprometeu a "seguir a Constituição, a democracia e a liberdade", citou a Bíblia e disse que fará reformas para transformar o país em uma nação "grande, livre e próspera". (Hoje em Dia)

Eleições

O segundo turno das eleições teve a maior abstenção desde 1998: 31.370.372 de brasileiros não foram às urnas neste domingo. Esse total representa 21,3% do eleitorado brasileiro. Além disso, foram 2.486.571 (2,14%) de votos em branco e 8.607.999 (7,43%) de votos nulos. Para o analista político Creomar de Souza, professor da Universidade Católica de Brasília, o alto índice de abstenção se deve à polarização do processo eleitoral. “Uma eleição muito polarizada expulsa os moderados”, afirmou o professor. Em 1994, quando o tucano Fernando Henrique Cardoso foi eleito no primeiro turno, a abstenção chegou a 29,3% do eleitorado. Na eleição seguinte, o índice caiu para 21,5% do total de eleitores aptos a votar. A partir das eleições de 2002, a taxa de abstenção ficou abaixo de 20%. Em 2002, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrotou o tucano José Serra, no segundo turno, os não votantes foram 17,7% dos eleitores. Na reeleição de Lula, em 2006, foi registrado o menor índice do período: 16,8% do eleitorado. Na primeira eleição da petista Dilma Rousseff, a taxa de abstenção ficou em 18,1%. Na reeleição da petista, chegou a 19,4% do eleitorado. (Agência Brasil)

Zema

O estreante na política Romeu Zema venceu o segundo turno para o governo de Minas Gerais, com 71,4% dos votos válidos. Com 77,14% das urnas apuradas, o ex-governador e senador Antonio Anastasia (PSDB) ficou em segundo lugar, com 28,6 dos votos válidos. A vitória de Zema sobre um adversário bem mais conhecido confirma a surpresa do primeiro turno das eleições. De perfil liberal, ele despontou em primeiro lugar na disputa, com 13 pontos percentuais de diferença, após aparecer em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Com o resultado, o atual governador, Fernando Pimentel (PT), não foi para o segundo turno. Romeu Zema Neto é empresário e comandou durante 26 anos as empresas da família. O Grupo Zema opera uma rede de varejo de eletrodomésticos com 430 lojas em seis estados e atua nos ramos de concessionária de carros, autopeças e postos de combustível. Formado em Administração, Zema é hoje membro do Conselho do grupo. Ele fez campanha com base no discurso de renovação da política. Aproveitou a onda de apoio ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) a nível nacional e local. Desde 1999, Zema era filiado ao PR, mas não se candidatou a nenhum cargo até este ano, quando se filiou ao partido Novo. O engenheiro e economista Paulo Brant será o vice-governador. (Agência Brasil)

Economia

Os economistas das instituições financeiras baixaram a estimativa de inflação para este ano, ao mesmo tempo em que passaram a prever uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. As expectativas constam no boletim de mercado, também conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central. O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras. Até último boletim, divulgado na semana passada, a previsão de inflação dos analistas vinha subindo. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, o mercado financeiro reduziu a previsão de 4,44% para 4,43% para este ano. A expectativa do mercado ainda segue pouco abaixo da meta de inflação, que é de 4,5% neste ano, e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema. A meta terá sido cumprida se o IPCA ficar entre 3% e 6% em 2018. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic). (G1)

Indonésia

Um avião com 189 pessoas a bordo caiu no mar pouco depois de deixar o aeroporto de Jacarta, na Indonésia, na manhã desta segunda-feira (29). Provavelmente não há sobreviventes, afirmaram autoridades. O voo JT610, da companhia Lion Air, deixou Jacarta às 6h20 com destino a Pangkal Pinang, capital da região de Bangka-Belitung, e perdeu contato com a torre poucos minutos após a decolagem. A busca acontece no mar de Java. O piloto do Boeing 737-800 pediu para retornar à base após o avião decolar de Jacarta e perdeu contato após 13 minutos. A aeronave levava 178 passageiros adultos, uma criança e dois bebês, assim como dois pilotos e seis membros da tripulação. Ao menos 23 dos ocupantes eram funcionários do governo. Segundo a companhia aérea, havia dois estrangeiros no voo: um piloto indiano e um cidadão italiano. Oficiais de resgate disseram que recuperaram alguns restos humanos no lugar da queda, a cerca de 15 quilômetros da costa. "É correto que um RTB [retorno à base] foi solicitado e aprovado, mas ainda estamos tentando descobrir a razão”, disse Soerjanto Tjahjono, chefe do comitê de segurança de transportes. “Esperamos que a caixa preta não esteja longe dos principais destroços que encontramos até agora”. O voo decolou com tempo bom por volta das 6h20 (horário local) e deveria chegar ao destino uma hora depois. (Folha de S. Paulo)