Isolamento social

O brasileiro quer manter o isolamento social nos moldes atuais para fazer frente ao coronavírus, ao contrário do que tem defendido o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). É o que mostra pesquisa Datafolha, que apontou maioria sólida em favor de que as pessoas fiquem em casa para impedir que o vírus se espalhe, mesmo que isso signifique prejudicar a economia e causar desemprego. Defendem essa visão 76% dos entrevistados pelo instituto entre 1 e 3 de abril. Foram ouvidas 1.511 pessoas excepcionalmente por telefone, em razão da pandemia. Em geral, o Datafolha trabalha com pesquisas feitas presencialmente, abordando pessoas em pontos de fluxo. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Apenas 18% dos entrevistados têm a visão contrária, de que é mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia. O apoio a que as pessoas fiquem em casa é maior no Nordeste, onde Bolsonaro historicamente tem menor popularidade. São 81% os favoráveis na região, governada em sua maioria por políticos de esquerda. No Sul, reduto do presidente, 70% defendem que as pessoas não saiam de casa para trabalhar, menor índice entre as regiões do país. Na mesma linha, dois terços dos entrevistados querem manter a proibição de abertura do comércio não essencial, enquanto 87% dizem que as aulas devem continuar suspensas. (Folha de S. Paulo)

Bolsonaro

Sem citar nomes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse neste domingo (5) que algo subiu à cabeça de integrantes de seu governo e que "a hora deles vai chegar", pois não tem "medo de usar a caneta". "Algumas pessoas no meu governo algo subiu a cabeça deles. Eram pessoas normais, mas de repente viraram estrelas, falam pelos cotovelos, tem provocações. A hora deles não chegou ainda. Vai chegar a hora deles. E a minha caneta funciona. Não tenho medo de usar a caneta, nem pavor. E ela vai ser usada para o bem do Brasil. Não é para o meu bem. Nada pessoal meu", afirmou Bolsonaro a um grupo de religiosos que se aglomerou diante do Palácio da Alvorada. Nos últimos dias, Bolsonaro vem se estranhando com seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e chegou a afirmar que seu auxiliar não tem humildade. A aprovação da condução da crise do novo coronavírus pelo Ministério da Saúde disparou, e já é mais do que o dobro da registrada por Jair Bolsonaro. Governadores e prefeitos também têm avaliação superior à do presidente. É o que revelou pesquisa do Datafolha feita de quarta (1º) até esta sexta (3). O levantamento ouviu 1.511 pessoas por telefone, para evitar contato pessoal, e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos. Na rodada anterior, feita de 18 a 20 de março, a pasta conduzida por Luiz Henrique Mandetta tinha uma aprovação de 55%. Agora, o número saltou para 76%, enquanto a reprovação caiu de 12% para 5%. Foi de 31% para 18% o número daqueles que veem um trabalho regular da Saúde. Já o presidente viu sua reprovação na emergência sanitária subir de 33% para 39%, crescimento no limite da margem de erro. A aprovação segue estável (33% ante 35%), assim como a avaliação regular (26% para 25%). (O Tempo)

Covid-19

O Ministério da Saúde divulgou na tarde deste domingo os números atualizados do novo coronavírus. De acordo com a pasta, o número de infectados, no momento, é de 11.130. Isso representa um aumento de 852 casos em relação ao balanço divulgado nesse sábado (4). O número de mortes é de 486. Foram 54 nas últimas 24h. A taxa de letalidade do vírus no Brasil é de 4,2%. O estado de São Paulo ainda concentra o maior número de casos (4.620) e também o maior número de mortes (275). Todas as regiões, no entanto, apresentaram aumento no número de casos. Em relação às mortes, apenas o Centro-Oeste não teve aumento, permanecendo com 12 óbitos registrados. Na região Sudeste, o Rio de Janeiro, com 1.394 casos e 64 mortes; e São Paulo, com 4.620 casos e 275 mortes, se destacam. Na região Norte, o Amazonas concentra o maior número de casos, com 417, além de 14 mortes. Na região Nordeste, o Ceará se destaca, com 823 casos e 26 mortes. No Centro-Oeste, o Distrito Federal tem o maior número de casos, muito à frente dos demais, com 468 casos e sete mortes. Os estados do Sul do Brasil apresentam um número de casos mais parelho. O Paraná é o estado da região com mais casos, 438, e Santa Catarina é estado com menos, 357. Dentre os óbitos cuja investigação foi concluída, 228 são de homens e 160 de mulheres. O grupo de pessoas com 60 anos ou mais concentra a maior parte, com 312 (86%). As mortes de pessoas entre 40 e 59 anos somam 54. Além disso, 20 pacientes com idades entre 20 e 39 anos morreram. (Agência Brasil)

Covid-19 I

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais deve incluir no novo boletim sobre covid-19, a ser divulgado nesta segunda-feira, a sétima morte causada pela doença no estado. Trata-se de um idoso, de 69 anos, que morreu em Montes Claros, no Norte de Minas, após retornar de uma viagem a São Paulo. Segundo familiares, o aposentado não acreditava nos riscos da doença. Montes Claros tem quase 600 casos suspeitos e 11 pacientes internados.  Ao menos 60 dos 89 municípios da região Norte do estado têm casos suspeitos de covid-19. As três primeiras infecções confirmadas foram divulgadas nesse domingo (5), entre elas está a do idoso, que morreu na última quarta-feira (1º) no hospital Aroldo Torino. Os outros dois casos foram confirmados em Janaúba. Os pacientes, um homem e uma mulher com idades entre 20 e 50 anos, já foram curados. A mulher esteve em São Paulo e o homem em Londres. Até o momento, Minas tem 84 mortes em investigação, quase 500 casos confirmados e mais de 47 mil suspeitos. (Rádio Itatiaia)

Zema

O governador Romeu Zema (Novo) disse, em entrevista exclusiva à Itatiaia nesta segunda-feira, que deve flexibilizar medidas de confinamento para algumas cidades do interior. No entanto, as regras mais rígidas devem ser mantidas para Belo Horizonte, que tem muitos espaços de aglomerações. Zema ressaltou que na última semana o número de casos subiu em proporção menor. "O número de novos casos aumenta dia a dia, mas com uma tendência à estabilidade e, posteriormente, até a um decréscimo. Isso nos torna muito animados com relação a alguma medida de flexibilização para os próximos dias. Estamos acompanhando essa curva praticamente hora a hora". E citou que algumas cidades do interior já flexibilizaram as medidas. O governador disse ainda que a escala de pagamento dos servidores deve ser divulgada nesta semana e que, para isso, fornecedores do estado deixarão de ser pagos por alguns dias. Quanto ao pagamento do reajuste concedido aos servidores da segurança pública, Zema destacou que não é possível garantir, tendo em vista a crise causada pela pandemia. (Rádio Itatiaia)

Itália

A Itália, que parece ter atingido uma estabilidade na curva de propagação do novo coronavírus, prepara medidas para a suspensão "gradual e controlada" das restrições impostas, mas adverte que falta muito para a volta à normalidade. O uso generalizado de máscara, um rastreamento, a multiplicação dos testes de diagnóstico e a assistência especializada nos domicílios estão entre as medidas citadas pelo ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza. O país, que registra o maior número de mortes associadas a covid-19 em todo o mundo, tem verificado nos últimos dias uma tendência de redução do número de novos casos de infeção e, no sábado (4), anunciou a queda, pela primeira vez, do número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos. Apesar dessa evolução, a população "não pode baixar a guarda" e deve continuar a respeitar as medidas de confinamento, que "não podem ser aliviadas de momento", disse o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, ao anunciar o prolongamento do confinamento até 13 de abril. Segundo o diretor da Proteção Civil, Angelo Borrelli, o país deverá continuar em quarentena pelo menos até o fim de semana prolongado de 1º de maio. Ele lembrou que a decisão, no entanto, cabe ao governo. Borrelli admitiu que em16 de maio o país entre numa "fase dois", de "coexistência com o vírus", mas apenas "se a evolução não se alterar". Em entrevista hoje aos diários La Repubblica e Corriere della Sera, o ministro da Saúde, Roberto Speranza, explicou que o governo pretende reforçar "as redes de saúde locais" para que cada caso identificado possa ser triado para tratamento, assim como testar amostras da população para determinar "quantos italianos foram infectados, se são imunes e como, quantos e em que regiões podem voltar à vida normal". (Agência Brasil)

Itália I

O plano do governo prevê também a determinação do uso generalizado de máscara, o respeito por um "distanciamento social escrupuloso" e a indicação de determinados hospitais para tratamento exclusivo da covid-19. Eles se manterão abertos para a eventualidade de uma segunda onda de infeções, de forma que outros hospitais possam voltar a se dedicar ao tratamento de outros doentes. O governo também analisa o desenvolvimento de uma aplicação de telemóvel, inspirada em modelo adotado na Coreia do Sul, para acompanhar os movimentos dos doentes diagnosticados durante as 48 horas anteriores à infecção e para facilitar a telemedicina, permitindo, por exemplo, controlar a distância o ritmo cardíaco e a taxa de oxigenação do sangue das pessoas infectadas. Quando for possível uma retomada da atividade econômica, os primeiros a retomar o funcionamento normal deverão ser as cadeias de abastecimento alimentar e farmacêutico, seguido-se os estabelecimentos de serviços, com limites ao número de pessoas atendidas. Bares, restaurantes, discotecas e recintos desportivos serão os últimos a reabrir e, quando o puderem, terão de assegurar uma distância de segurança de pelo menos um metro entre clientes e funcionários. (Agência Brasil)

Violência Doméstica

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um apelo global para que se protejam mulheres e crianças "em casa", desprotegidas pelo confinamento provocado pela pandemia da covid-19 que exacerba a violência doméstica. António Guterres pediu o estabelecimento de "sistemas de alerta de emergência em farmácias e lojas de alimentos", os únicos locais que permanecem abertos em muitos países. "Devemos garantir que as mulheres possam pedir ajuda de maneira segura, sem que os que as maltratam percebam", afirmou. "A violência não se limita ao campo de batalha", disse Guterres num vídeo em inglês, com legendas em francês, árabe, espanhol, chinês ou russo. Ele elmbrou o apelo recente para um cessar-fogo em todos os teatros de guerra para melhor combater a doença. "Infelizmente, muitas mulheres e crianças estão particularmente em risco de violência exatamente onde deveriam ser protegidas. Nas suas próprias casas. É por isso que hoje apelo por uma nova paz em casa, nas casas, em todo o mundo", afirmou o secretário. "Nas últimas semanas, à medida que as pressões econômicas e sociais pioraram e o medo aumenta, o mundo vive um surto horrível de violência doméstica", disse. "Peço a todos os governos que tomem medidas para prevenir a violência contra as mulheres e forneçam soluções para as vítimas, como parte dos seus planos de ação nacional contra a covid-19", acrescentou António Guterres. (Agência Brasil)

Chocolate

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte informou, nesse domingo (5), aos comerciantes do segmento de chocolates no comércio de rua que eles podem funcionar. A Prefeitura de Belo Horizonte foi procurada pela reportagem e confirmou que a abertura de lojas do setor não contraria o decreto da PBH que visa a combater a proliferação do coronavírus, válido desde 20 de março. O presidente da CDL, Marcelo de Souza e Silva, informou aos empresários do segmento de chocolates da capital que está autorizado o funcionamento das lojas localizadas no comércio de rua, pois a atividade de produção, distribuição, comercialização e entrega de alimentos é considerada essencial. Marcelo Souza e Silva alertou, porém, que “é importante que os empresários adotem as medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da propagação do coronavírus". Ele também fez uma recomendação aos consumidores: “Antes de ir às lojas, é importante que a pessoa faça uma pesquisa pela internet e já vá ao estabelecimento sabendo o que realmente quer". Em nota, a PBH esclareceu que lojas de rua que vendem chocolate, por exemplo, não estão no Decreto 17.297. Então, podem, sim, funcionar, desde que atendam os critérios definidos pela prefeitura. (O Tempo)