JBS
Os advogados do grupo J&F entregaram nesta quinta-feira, 31, os anexos complementares da delação feita pelos executivos da empresa. Há entre os novos anexos repassados à Procuradoria-Geral da República a explicação de como deve ser feita a leitura de planilha entregue pelo diretor Ricardo Saud, que indica doações da JBS a mais de 1,8 mil políticos. No material, a JBS aponta quais doações foram fruto de corrupção e quais foram caso de caixa 2 - quando não há registro oficial da doação, mas a empresa não negociou nenhuma contrapartida para o repasse do dinheiro. Há anexo também sobre os contratos das empresas do grupo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As informações prestadas, segundo fontes com acesso ao material, indicariam gestão fraudulenta nas operações do banco. Nesse caso, a entrega tem como finalidade evitar que empresa seja processada na Justiça Federal de Brasília por conta dos desdobramentos da operação Bullish. O procurador do caso, Ivan Marx, afirmou à reportagem que Joesley omitiu em sua colaboração os crimes praticados no banco público. Diante das críticas do juiz, a empresa decidiu que entregaria todo o material à PGR, órgão com o qual foi firmado o acordo de delação, para que os investigadores decidam o que compartilhar com o Ministério Público Federal em Brasília. (Agência Estado)
Funaro
O doleiro Lúcio Funaro confirmou, em delação premiada firmada com o Ministério Público Federal (MPF), que recebeu dinheiro do empresário Joesley Batista, sócio da JBS, para ficar em silêncio diante dos investigadores da operação Lava Jato. A afirmação foi feita em depoimento que consta no acordo, ainda não homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do jornal “O Globo”. De acordo com Funaro, o dinheiro seria para que ele não revelasse o que sabia sobre corrupção e movimentação ilegal de recursos por parte de políticos importantes no país. Se confirmada a informação, o depoimento de Funaro ratifica o que disse Joesley em conversa com o presidente Michel Temer (PMDB). Por isso, a declaração é peça fundamental da denúncia que está sendo preparada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o peemedebista. Temer já foi denunciado por corrupção passiva, mas, após maciça distribuiçao de emendas parlamentares, a Câmara dos Deputados rejeitou o pedido para que o STF analisasse a acusaçao contra o presidente antes do fim de seu mandato. Temer ainda é investigado por obstrução de Justiça e envolvimento em organização criminosa. Os dois crimes devem ser imputados a ele na nova denúncia que está sendo preparada pela equipe do procurador geral da República, Rodrigo Janot. (O Tempo)
Funaro I
Em depoimentos da delação premiada, Joesley e outro executivo da JBS, Ricardo Saud, disseram que os pagamentos eram para comprar o silêncio de Funaro e Cunha, uma forma de proteger o presidente e alguns auxiliares. Com a confirmação por parte de Funaro, a versão ganha força e pode complicar o presidente. Em um depoimento à Polícia Federal (PF) realizado no mês passado, antes de firmar o acordo de delação, Funaro confirmou os pagamentos, mas disse que se tratava da quitação de uma dívida antiga, ou seja, de um saldo de propinas. Ele teria dinheiro a receber de Joesley porque intermediou negócios da JBS. Investigadores, porém, duvidaram da versão. Segundo “O Globo”, depois de decidir colaborar com a investigação, o operador revisou declarações anteriores e ratificou a narrativa do dono da JBS. A avaliação de membros da força-tarefa é que Funaro ficou sem opção de esconder o jogo após sua irmã Roberta ser presa, em 18 de maio, com R$ 400 mil recebidos de Ricardo Saud. Funaro já havia apontado que o ex-ministro Geddel Vieira Lima teria sondado sua família sobre o risco de uma delação. Isso levou Geddel à prisão e também deve fazer parte da delação. A PGR não pediu o fim do sigilo da delação de Lúcio Funaro ao enviá-la pela primeira vez ao ministro Edson Fachin. Por isso, a maior parte do conteúdo não deve tornar-se pública mesmo após a homologação. (O Tempo)
Temer
O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira, em Pequim, que recebeu “com naturalidade” a rejeição pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin do pedido de suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, feito pela defesa de Temer, para atuar em investigação relacionada ao presidente que está em tramitação na Corte. “No plano jurídico, quando alguém começa a agir suspeitamente, você tem que arguir a suspeição. Quem decide é o Judiciário, se há ou não suspeição. O que não se pode é manter o silêncio. Foi o que o meu advogado fez”, afirmou, após reunião com grandes empresários chineses. Temer também disse que seu advogado está estudando a possibilidade de um recurso para o plenário do Supremo. “Mas nem sei se ele vai tomar essa providência. Essa é uma questão que ele propôs”. No início do mês, o advogado Antonio Mariz, representante de Temer, acusou Rodrigo Janot de parcialidade nas investigações. “Se ao contrário, assumir de pronto que o suspeito é culpado, sem uma convicção da sua responsabilidade, vai atuar no curso das investigações e do processo com o objetivo de obter elementos que confirmem o seu posicionamento prematuro”, disse Mariz. Sobre a decisão do ministro Fachin de devolver para a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedido de homologação da delação premiada do empresário Lúcio Funaro, Temer disse que deve haver algum equívoco na delação. “Certamente, [o ministro] mandou esclarecer [a delação]. Suponho até que o procurador deverá esclarecer e vai devolver. Essa coisa está no Judiciário. Não é mais comigo”, afirmou. Fachin pediu que ajustes sejam feitos no acordo, que chegou nessa terça-feira (29) à Corte. Como o acordo está em segredo de Justiça, os detalhes da decisão não foram divulgados. (Agência Brasil)
Reforma política
O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira durante evento no Rio de Janeiro que, por enquanto, a adoção do parlamentarismo não está sendo discutida no Congresso Nacional. O democrata defendeu, no entanto, a realização de um novo plebiscito para decidir sobre a adoção desse regime no Brasil. "Esse é um tema que não está sendo tratado nesse ambiente da reforma política. Muitos políticos defendem o parlamentarismo, que já foi derrotado. Nós tivemos uma Constituinte que gerou um plebiscito. Acho que, se tiver que ter maioria no Congresso para voltar a discutir esse tema, nós deveríamos voltar a ouvir a sociedade. Nesse momento, como já estamos no final desses quatro anos, o importante é que a gente construa um sistema eleitoral para 2022 que seja racional e dê legitimidade ao processo, até para a gente discutir o parlamentarismo", disse. Na avaliação de Maia, discutir parlamentarismo "com esse sistema eleitoral, com essa composição política fragmentada, de mais de 25 partidos, não será um bom parlamentarismo". E argumentou: "Não que os partidos não tenham legitimidade, mas é muito difícil administrar um Congresso com mais de 20 partidos. Organizar o sistema eleitoral dará as condições para que num futuro plebiscito a sociedade volte a discutir esse assunto." (Agência Estado)
Combustível
A Petrobras elevará os preços dos combustíveis a partir desta sexta-feira (1º). Nas refinarias, a gasolina subirá 4,2% e o diesel, 0,8%. A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais. (Agência Estado)
Meta fiscal
O atraso na conclusão da votação pelo Congresso Nacional das novas metas fiscais para 2017 e 2018 fez com que a proposta do Orçamento Geral da União para o ano que vem tivesse um corte extra de R$ 18,5 bilhões nas despesas não obrigatórias. Segundo números detalhados pelo Ministério do Planejamento, o texto enviado ontem (31) ao Congresso Nacional terá receitas líquidas estimadas em R$ 1,199 trilhão e despesas totais de R$ 1,328 trilhão. Pelo texto entregue hoje ao Congresso Nacional, as despesas discricionárias (não obrigatórias) cairão de R$ 106,2 bilhões em 2017 para R$ 65 bilhões em 2018. Essas despesas são compostas principalmente por investimentos (obras e compras de equipamentos) e gastos como manutenção de prédios e aluguéis. Assim que as novas metas forem aprovadas pelos parlamentares, a verba os gastos discricionários passarão para R$ 83,5 bilhões em 2018. Os valores levam em conta as metas de déficit primário originalmente previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo ano: resultado negativo de R$ 129 bilhões para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) e de R$ 113,9 bilhões para a União, os estados, os municípios e as estatais. (Agência Brasil)
Clima
Se a baixa umidade do ar contribui para o aumento dos incêndios, ela também pode ser uma grande vilã para a saúde. O ressecamento das vias respiratórias e o risco de desidratação causam infecções e, dependendo do caso, levam a pessoa à morte. O médico José Roberto Siqueira Castro, clínico-geral do Hospital das Clínicas da UFMG, explica que a umidade é um fator essencial para diminuir o potencial tóxico do ar. Em tempos de queimadas, a possibilidade de inalar elementos nocivos contidos na fumaça eleva o risco de asfixia. “Dependendo do grau, a pessoa não tem sequer oxigênio para respirar, mas sim o gás carbônico que é justamente o que eliminamos no processo respiratório”, explica. Os efeitos nocivos para o organismo são imediatos. Um dos primeiros sintomas, segundo o especialista, é a tosse e a irritação das vias respiratórias. Isso acontece porque o ressecamento das mucosas permite a entrada de bactérias que habitam a cavidade nasal. “Se caírem na corrente sanguínea, esses microorganismos podem desencadear um processo longo e grave de infecção”, afirma José Roberto. (Hoje em Dia)
Violência
A maioria (54,4%) dos comércios do ramo alimentício em Belo Horizonte foi alvo de algum tipo de violência no acumulado dos últimos 12 meses, encerrados em julho passado, com destaque para o assalto a mão armada. O percentual deste tipo de crime em relação ao total de registros mais que dobrou no confronto com a pesquisa anterior. Subiu de 26,8% para 54,9%. Por causa disso, 62,8% dos empresários do setor mudaram hábitos, como guardar objetos de valor em outros locais (37,5%). Os números fazem parte de uma pesquisa feita pelo segmento supermercadista do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios da Capital, o Sincovaga-BH, em parceria com a Fecomércio-MG. O estudo ouviu 364 entrevistados. A margem de erro é de 5%. “A piora no quadro de violência era previsível, devido ao cenário econômico do país. Isso provoca uma situação traiçoeira, em que o empresário acaba substituindo o papel do Estado e retirando dinheiro de capital de giro ou para investimento no negócio a fim de usá-lo em segurança. Tudo na tentativa de minimizar os problemas”, concluiu o presidente do Sincovaga-BH, Gilson de Deus Lopes, cuja empresa da família já foi assaltada algumas vezes.Ele defende o aumento do efetivo da PM na cidade, atualmente em torno de 5 mil pessoas, e suplica por novas estratégias das instituições de segurança pública capazes de frear a sensação de medo. De acordo com a pesquisa, a maioria dos entrevistados já foi alvo de furto, roubo ou agressão na cidade: 13% várias vezes, 29,9% algumas vezes e 17,7% uma vez. O restante (39,35%) não faz parte da estatística. (Estado de Minas)