Pronunciamento

Um dia após a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do seu processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff disse que se sentiu indignada e injustiçada com a decisão. Ela reafirmou que o processo não tem base de sustentação, repetindo que não cometeu crime de responsabilidade. Dilma contou que assistiu a todas as intervenções dos deputados durante a votação e não viu “uma discussão sobre o crime de responsabilidade, que é a única maneira de se julgar um presidente no Brasil”. “Injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa, mas também quando, de uma forma absurda, se acusa alguém por algo, primeiro, que não é crime, e segundo, acusa e ninguém se refere a qual é o problema”, disse. (O Tempo)

Impeachment

Um dia após a Câmara ter decidido aprovar a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, senadores do PT e de outros partidos da base aliada admitiram que a chance de afastamento da petista é de 90%. Em encontro a portas fechadas promovido na liderança do governo no Senado nessa segunda-feira (18) os participantes reconheceram que a situação da presidente é, nas palavras de um deles, "muito difícil", mas não "irreversível". Durante a reunião, a avaliação geral foi de que, apesar do momento adverso, o governo tem chances de impedir o afastamento de Dilma no Senado. A estratégia dos senadores é impedir que se aprove a instauração do processo por maioria simples do plenário da Casa, o que levaria à automática assunção do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) ao comando do Palácio do Planalto. (O Tempo)

Temer pensa no futuro

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), definiu três eixos principais para a formação de seu eventual governo: economia, infraestrutura e área social. A partir desse tripé, ele pretende criar três superministérios para enxugar o tamanho da Esplanada e impulsionar uma gestão de transição que tenha como prioridades a retomada do crescimento e a estabilidade política. O vice avalia que precisa dar uma resposta convincente ao país de que está comprometido com a recuperação política e econômica. Ele também acha que a formação de um Ministério reconhecidamente técnico e respeitável seria a melhor forma de aliviar as pressões sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela cassação da chapa que o elegeu junto com a presidente Dilma Rousseff em 2014. Somente depois dessas definições o restante do governo seria definitivamente formado, caso Dilma seja afastada pelo Senado. Essas três áreas trabalhariam sustentadas politicamente pelo núcleo mais próximo de Temer no PMDB e encarregado das relações com o Congresso, formado pelos ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do partido do vice. (O Tempo)

Ruy Muniz

A Polícia Federal (PF) estima que aproximadamente 1,6 milhão de pessoas foram afetadas pelos crimes atribuídos ao prefeito da cidade de Montes Claros, no Norte de Minas, Ruy Adriano Borges Muniz (PSB), preso nessa segunda-feira (18) na Operação Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde. Segundo a PF, consultas e atendimentos hospitalares deixaram de ser realizados. Ruy Muniz (PSB) havia sido elogiado no domingo (17) pela mulher, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG), durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara. Raquel enalteceu a gestão do marido. "Meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito, o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão." A PF, no entanto, tem uma outra definição para a conduta e a administração de Muniz. A PF atribui ao prefeito crimes de falsidade ideológica majorada, dispensa indevida de licitação pública, estelionato majorado, prevaricação e peculato. A investigação desvendou uma fraude na gestão da Saúde do município que favoreceria um hospital ligado ao prefeito. A secretária de Saúde do município, Ana Paula Nascimento, também foi presa na ação. (O Tempo)

Petróleo

Brasília. Confirmada a aprovação do prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o mercado de câmbio dedicou a segunda-feira a um movimento de correções de preços. O dólar à vista, que havia caído 1,97% na última semana, subiu 2,24% nesta segunda aos R$ 3,6054. A moeda chegou a cair 1,15% logo na abertura (R$ 3,4857), repercutindo a derrota do governo na Câmara. Mas a cotação logo inverteu o sinal, com a notícia do leilão de 80 mil contratos de swap cambial reverso do Banco Central. A queda dos preços do petróleo no exterior e um certo movimento de realização de lucros por parte de investidores fizeram a moeda norte-americana migrar para o positivo. O petróleo também foi um dos motivos para a queda da Bovespa. Depois de acumular ganhos de 5,84% na semana passada, o Ibovespa fechou nesta segunda em queda de 0,63%, aos 52.894,08 pontos. O recuo do petróleo foi importante fator de influência sobre a Bolsa durante todo o dia. As perdas da commodity foram sentidas principalmente nas ações da Petrobras, que passaram por forte realização de lucros. Ao final do pregão, Petro ON caiu 1,26% e Petro PN, -4,64%. O mercado de ações dedicou a segunda-feira a um movimento de correções de preços. Já que teve efeito positivo na semana passada com as especulações sobre o impeachment. Já a influência positiva dos índices foi bastante limitada neste pregão. Segundo profissionais, houve também o “fator Cunha” na correção das ações. Conforme análises do mercado, o vice-presidente Michel Temer precisa sinalizar o quanto antes que vai se desvincular de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é denunciado em diversos esquemas irregulares, para sustentar o voto de confiança que o mercado tem dado a ele. (O Tempo)