Toffoli
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, defendeu nesta segunda-feira (8) uma "trégua" entre os poderes da República para o enfrentamento da crise do coronavírus e disse que a "dubiedade" do presidente Jair Bolsonaro "assusta" a sociedade e a comunidade internacional. Toffoli fez as declarações durante um evento organizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que elaborou um manifesto e um ato em defesa do STF e do Poder Judiciário, com a participação de entidades da área jurídica e da sociedade civil. No manifesto, entregue a Toffoli, as entidades afirmam que a liberdade de expressão não abrange discursos de ódio e a apologia ao autoritarismo, à ditadura e a ideologias totalitárias já derrotadas no passado. (G1)
Toffoli I
“Precisamos ter uma trégua, uma trégua para o devido combate à pandemia, uma trégua para o devido combate aos efeitos colaterais, que são o desemprego, que é a recessão que se avizinha, que é o déficit fiscal. É necessário uma trégua entre poderes", afirmou o presidente do STF. Referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro, Toffoli disse criticou "atitudes dúbias", embora considere que ele o vice-presidente Hamilton Mourão juraram defender a Constituição, são democratas e merecem respeito. “Mas algumas atitudes têm trazido uma certa dubiedade, e essa dubiedade ela impressiona e assusta a sociedade brasileira. E hoje não mais só a sociedade brasileira – também a comunidade internacional das nações, também a economia internacional. Nós precisamos de paz institucional, precisamos de ter prudência, precisamos ter união no combate à Covid". (G1)
Toffoli II
O texto do manifesto entregue a Toffoli afirma que atacar o “STF significa ameaçar todo o Judiciário e os valores democráticos do Brasil”. Organizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), o "Manifesto em defesa da democracia e do Judiciário” recebeu o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entidades de juízes, procuradores, jornalistas e mais de 200 associações, entre elas a Amagis, centrais sindicais, confederações e entidades da sociedade civil. A reação se deu após decisões do tribunal terem sido alvos de críticas do presidente Jair Bolsonaro, de ministros, além de manifestações nas quais bolsonaristas defenderam o fechamento do Congresso e do STF, além de intervenção militar, o que é inconstitucional. Segundo as entidades, discordâncias, debates e críticas fazem parte e são bem-vindas no Estado de Direito, mas há limites. (G1)
Ministério da Saúde
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou o Ministério da Saúde retomar a divulgação da íntegra dos dados de covid-19 em balanços diários, como estava sendo feito até a última quinta-feira (4). A decisão atende pedido da Rede Sustentabilidade, do PSOL e do PCdoB, e também determina o retorno dessas informações ao site oficial sobre o combate à pandemia. Na última sexta-feira (6), o governo federal excluiu os dados relativos ao acumulados de óbitos por covid-19, divulgando somente os números do dia. (Agência Estado)
Ministério da Saúde I
A mudança ocorreu por pressão do presidente Jair Bolsonaro, que exigiu do corpo técnico do Ministério da Saúde um método de publicidade que exibisse menos de mil mortos por dia. “A presente hipótese não caracteriza qualquer excepcionalidade às necessárias publicidade e transparência, sendo notório o fato alegado pelos autores da alteração realizada pelo Ministério da Saúde no formato e conteúdo da divulgação do ‘Balanço Diário’ relacionado à pandemia (covid-19), com a supressão e omissão de vários dados epidemiológicos que, constante e padronizadamente, vinham sendo fornecidos e publicizados, desde o início da pandemia até o último dia 4 de junho de 2020, permitindo, dessa forma, as análises e projeções comparativas necessárias para auxiliar as autoridades públicas na tomada de decisões e permitir à população em geral o pleno conhecimento de decisões e permitir à população em geral o pleno conhecimento da situação da pandemia vivenciada no território nacional”, apontou Moraes. (Agência Estado)
Ministério da Saúde II
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, apresentou nesta segunda-feira a nova plataforma de consolidação dos dados sobre a covid-19 no país. A forma de contabilização das mortes será alterada: as secretarias estaduais enviarão as informações até 16h, e os dados totais nacional serão divulgados até 18h. Na apresentação da nova plataforma pelos representantes do Ministério da Saúde, a principal dúvida girou em torno do que acontecerá com os óbitos de dias anteriores cuja confirmação da infecção com o novo coronavírus seja descoberta posteriormente e se estas seriam contabilizadas no total. Perguntado sobre isso na entrevista coletiva, Franco respondeu que “o total continua o total”. O diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário, completou que o total de registros do dia (as mortes notificadas, independentemente de quando ocorreram) continuará sendo divulgado, mas o dia de ocorrência será considerado e isso impactará a curva epidemiológica de evolução da pandemia. O novo sistema será disponibilizado até esta terça-deira (9). Desde a semana passada, a pasta vinha divulgando os dados por volta de 22h. (Agência Estado)
Coronavírus
Após a polêmica sobre a divulgação de dados de contaminados e mortos por covid-19, o Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira, que foram registradas 679 mortes e 15.654 novos casos da doença nas últimas 24 horas no país. No total, o Brasil soma 37.134 óbitos e 707.412 contaminados. Os estados com maior número de óbitos são São Paulo (9.188), Rio de Janeiro (6.781), Ceará (4.120), Pará (3.772) e Pernambuco (3.350). Ainda figuram entres os com altos índices de vítimas fatais em função da pandemia Amazonas (2.271), Maranhão (1.247), Bahia (901), Espírito Santo (871), Alagoas (601) e Minas Gerais (380). A medida ocorre após a suspeita de interferência da Presidência da República nos dados, primeiro com a alteração do horário da divulgação para 22 horas e, depois, com a informação dos resultados diários, sem os números acumulados. (Agência Estado)
Minas
O número de mortes confirmadas por Covid-19 em Minas saltou para 380 - quatro a mais que domingo (7). Outros 209 óbitos estão em investigação, conforme novo boletim epidemiológico foi divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta segunda-feira (8). Os casos da doença já foram registrados em 516 municípios, mais de 60% do Estado. Ao todo, 128 cidades contabilizam mortes pelo novo coronavírus. Em meio ao avanço da enfermidade pelo território mineiro, cresce também a quantidade de doentes. Minas já tem 15.883 doentes, dos quais 2.514 só em Belo Horizonte. A capital concentra o maior número de óbitos, com 59 até o momento. Nesta segunda, BH deu início à segunda etapa da flexibilização do comércio. O dia é marcado por movimentação intensa de carros e pedestres nas ruas. Segundo o balanço da SES, 6.857 pacientes já se recuperaram da Covid-19 no Estado desde o início da pandemia. O boletim mostrou que 2.193 pessoas ficaram internadas em hospitais e 8.149 observadas em isolamento domiciliar. (Hoje em Dia)
Betim
O comércio não essencial de Betim voltará a ser fechado a partir desta quarta-feira (10). O recuo da prefeitura da cidade da Grande BH ocorre após a confirmação da 16ª morte por covid-19. Além dos óbitos, Betim tem 252 casos da doença confirmados, dos quais 77 se recuperaram, 151 estão sendo acompanhados e oito internados. O decreto que entrará em vigor nesta quarta estabelece que "deverão suspender o funcionamento a partir das 00:01 do dia 10 de junho de 2020, até 22 de junho de 2020, todas as atividades, independentemente do potencial de aglomeração de pessoas, no município de Betim". Vão poder funcionar normalmente: farmácias, casas lotéricas, postos de combustíveis, supermercados, agências bancárias, indústrias, transporte coletivo, depósitos de material de construção, refinarias, táxi e clínicas odontológicas. Quando anunciou a flexibilização, em 18 de abril, Betim tinha nove casos confirmados da doença e nenhum óbito. (Rádio Itatiaia)
Vacina
A Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo uma vacina por spray nasal contra a covid-19. De acordo com a universidade, o modelo de imunização já foi testado – com resultados positivos – em camundongos contra a hepatite B. Para elaborar a nova vacina, os pesquisadores da USP colocaram uma proteína do novo coronavírus dentro de uma nanopartícula, criada a partir de um substrato natural. A substância resultante é aplicada em forma de spray nas narinas do paciente. Segundo a equipe que desenvolve a vacina, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, a expectativa é que o organismo do paciente produza a IgA Secretoram, um tipo de anticorpo presente na saliva, na lágrima, no colostro, no trato respiratório, no intestino e no útero, que atuaria no combate ao novo coronavírus. A nanopartícula criada pelos pesquisadores e utilizada na construção da vacina permite que a substância permaneça na mucosa nasal por até quatro horas, tempo suficiente para ser absorvida e iniciar uma reposta do sistema imunológico. De acordo com a USP, para garantir a imunização, serão necessárias a aplicação de quatro doses – duas em cada narina, com intervalo de 15 dias. (Agência Estado)
Transmissão
A infectologista e chefe do departamento de doenças emergentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, afirmou nessa (8) durante a conferência de imprensa diária sobre o novo coronavírus que a propagação de covid-19 a partir de alguns pacientes assintomáticos é “muito rara.” Segundo a médica, os dados levantados até agora mostram que pessoas que não apresentam os sintomas da doença possuem pouco potencial infectológico para contaminar indivíduos saudáveis. De acordo com a especialista, deve haver esforços dos governos para identificar e isolar pessoas que apresentam sintomas. “Nós sabemos que existem pessoas que podem ser genuinamente assintomáticas e ter o PCR (teste realizado para detectar a presença do vírus no organismo) positivo. Esses indivíduos precisam ser analisados cuidadosamente para entender a transmissão. Há países que estão fazendo uma análise detalhada desses indivíduos, e eles não estão achando transmissão secundária. É muito rara,”, afirmou a médica ao ser questionada por jornalistas. (Agência Brasil)
Backer
A Polícia Civil informou na noite desta segunda-feira (8) que concluiu as investigações sobre a contaminação de diversas pessoas diagnosticadas com síndrome nefroneural, provocada por consumo das substâncias tóxicas monoetilenoglicol e dietilenoglicol, supostamente presentes em cervejas da marca mineira Backer. Pelo menos 42 pessoas foram intoxicadas e nove morreram. Segundo a corporação, a hipótese de sabotagem está descartada. Os trabalhos duraram pouco mais de cinco meses e foram coordenados pela 4ª Delegacia de Polícia Civil Barreiro, em Belo Horizonte. O inquérito acumula cerca de 4 mil páginas e mais de 70 pessoas prestaram depoimentos, entre vítimas sobreviventes, suspeitos e testemunhas. Em entrevista coletiva marcada para esta terça-feira (9), a Polícia Civil vai repassar mais detalhes da conclusão do inquérito. (Hoje em Dia)
Backer I
De acordo com a Associação das Vítimas da Backer, até o momento, ninguém recebeu assistência financeira da cervejaria para cobrir as despesas com os tratamentos médicos, apesar de uma determinação da Justiça. Apenas um dos pacientes recebeu um custeio emergencial por dois meses, que foi interrompido no início de maio. Todos os bens da Backer estão bloqueados pela Justiça desde março. A empresa alega que, por isso, não tem recursos para arcar com os custos de auxílio às supostas vítimas. A Backer informou ainda que espera uma decisão judicial sobre a possibilidade de venda do estoque de cerveja - 240 mil litros de bebida envasados - para que esses valores sejam repassados. (Hoje em Dia)