A revista MagisCultura nº 14, que será lançada no próximo dia 21 de outubro, traz, entre outros textos, um artigo do desembargador Afrânio Vilela sobre a história do Quilombo do Ambrósio, o maior de Minas Gerais.
Leia um trecho abaixo do texto:
"Transcorria a segunda metade do século XVIII. A metrópole,
Portugal, aumentava e cobrava desenfreadamente os impostos.
Nas regiões auríferas, com a derrama, foi gerado o maior
movimento libertário deste País, capitaneado por Joaquim José
da Silva Xavier, o Tiradentes, e por pessoas gradas da sociedade.
As pessoas comuns, pobres, escravos forros e índios civilizados
migraram para as regiões dos sertões, buscando novas lavras de
ouro e de riquezas, distanciando-se do processo posto pela
Coroa para a capitação, nova forma de coleta de tributo por
todos devido.
Tempo em que remanesciam os quilombolas sobreviventes
dos grandes massacres do Quilombo do Campo Grande. Foi
histórico movimento de resistência dos negros escravizados que
conseguiram fugir ou tiveram sua alforria, e que deram formação
ao grande conjunto de povoados, mais de 40 naquela
região, e que depois de muitas escaramuças reunir-se-iam sob
as ordens de Ambrósio, um negro, filho de rei africano, cuja
história é permeada de exemplo de dignidade e de altivez.
Escravizado, traficado para o Brasil e posto à venda no mercado de
pessoas negras, no Valongo, Rio de Janeiro. Jesuítas o compraram."
A cada edição, a Revista MagisCultura destaca a obra de um autor mineiro. No número mais recente, o 14º, o escritor convidado é o contista e romancista Luiz Vilela. A revista traz o conto "Você verá", que integra e dá nome ao mais recente livro de contos de Luiz Vilela, publicado pela Editora Record. Além disso, o jornalista Manoel Marcos Guimarães, editor de MagisCultura, publica um texto sobre a vida e obra de Luiz Vilela, destacando o reconhecimento internacional do autor.
Luiz Vilela
Considerado um mestre na arte do diálogo, Luiz Vilela nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais, em dezembro de 1942. Formou-se em Filosofia em Belo Horizonte, atuou como jornalista em São Paulo, cobrindo a área de cultura para o Jornal da Tarde e viveu algum tempo nos Estados Unidos e na Espanha, antes de voltar a Ituiutaba, onde mora atualmente.
Estreou na literatura aos 24 anos, com o livro Tremor de Terra (1967), pelo qual recebeu o Prêmio Nacional de Ficção. Em, 1973, ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de contos com O fim de tudo. Ao todo sua obra engloba 24 títulos, entre contos, novelas e romances, com destaque para os cultuados Os novos (1971) e O inferno é aqui (1979).
Seus contos já foram traduzidos para várias línguas e figuram em inúmeras antologias nacionais e estrangeiras. Alguns foram adaptados para o cinema e para a tv. O curta-metragem Françoise, baseado no seu conto homônimo, dirigido por Rafael Conde, deu a Débora Falabella o prêmio de melhor atriz na categoria curtas do Festival de Cinema de Gramado de 2000.
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MagisCultura é uma revista da Amagis, destinada à publicação da produção cultural de juízes e desembargadores de Minas Gerais, em exercício ou aposentados.
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Não serão publicados textos de teses políticas, discursos, homenagens pessoais e necrológios.
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