A mineradora Samarco só pode garantir a estabilidade das barragens de Germano e Santarém, em Mariana, quando a obra de reforço nas estruturas for concluída. Enquanto o trabalho não terminar, há risco de rompimento. As informações são do prefeito de Mariana, Duarte Júnior, que participou, nesta segunda-feira, de uma reunião com executivos da mineradora e prefeitos de outras cidades atingidas pela tragédia provocada pelo rompimento da barragem de Fundão, no dia 5 de novembro.

Germano - Reprodução / TV

"É claro que ele (presidente da Samarco, Ricardo Vescovi) ainda tem uma cautela em dizer sobre o risco ou não de rompimento. Disse que já está sendo feito um reforço de forma que se for terminado, eles poderão garantir que não terão novos rompimentos. Como esse reforço ainda não foi terminado, ele foi muito cauteloso nessas colocações. Ainda tem risco, sim (de rompimento)”, disse Duarte Júnior.

Duarte disse ainda que a mineradora está com um plano de emergência pronto. “O presidente da Samarco disse que o monitoramento hoje está muito forte, que tem carros em locais estratégicos para avisar (a população) e que está sendo feito de uma forma que todo lugar terá alarme. Hoje, se acontecesse alguma coisa, teria informação na hora e ninguém ia ser pego de surpresa. Infelizmente, tardiamente. Se tivesse feito isso antes….”, lamentou.

Famílias

Além do risco de novos rompimentos, os prefeitos pediram que a Samarco acelere o processo de assentamento das famílias desalojadas nos distritos atingidos diretamente pelo lamaçal.

Em Mariana, hotéis que estão hospedando os desabrigados receberam pagamento nesta segunda-feira. Na sexta, a empresa havia dito que suspenderia pagamento a fornecedores e funcionários por causa do bloqueio de contas da empresa.

O promotor Guilherme Meneghin, da Vara de Direitos Humanos da cidade, entretanto, disse que a mineradora ainda não fez o depósito para completar os R$ 300 milhões que a Justiça bloqueou das contas da Samarco. O promotor afirmou que vai cobrar das donas da Samarco, a Vale e a australiana BHP, caso a empresa não cumpra a decisão judicial.

Fonte: Rádio Itatiaia