O governo se mobilizou nesta segunda-feira para garantir a aprovação da indicação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF) e usar essa vitória para enfraquecer o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O Planalto quer um placar folgado como Fachin obteve na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde sua aprovação ocorreu por 20 votos a sete. Governistas calculam que a oposição terá cerca de 20 votos. No plenário do Senado, a partir das 16h, será preciso pelo menos 41 votos favoráveis para aprovar a indicação.
Depois de uma reunião no Planalto com o vice-presidente Michel Temer, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (CE), se mostrou confiante:
- Se o Renan botar para votar a indicação de Fachin, a base está bem mobilizada.
Aliados de Dilma acusam Renan de estar trabalhando pela derrota de Fachin.
- Não sei por que o Renan se colocou nessa posição de derrota, por que comprou essa briga - disse um petista.
Na semana passada, a própria presidente Dilma Rouseff atuou para a aprovação de Fachin na CCJ. Apesar de lutarem por uma derrota da presidente, os próprios integrantes do PSDB acham que o jurista não terá dificuldades de ser aprovado. Pelas contas dos tucanos, apenas quatro dos 11 senadores do PSDB deverão votar contra a indicação de Fachin.
A votação no plenário foi marcada para esta terça-feira. No entanto, Renan deixará os senadores decidirem se preferem apreciar primeiro a indicação de Fachin ou a MP 665, que endurece as regras para o seguro-desemprego e o abono salarial. O governo quer encerrar logo a votação das novas regras porque das medidas de ajuste depende o contingenciamento do orçamento que será anunciado na quinta ou sexta-feira.
Foto: Marcelo Camargo / ABr
Fonte: O Globo