As sessões da Corte Especial e do Pleno do STJ marcaram, ontem, 30, a despedida do ministro Paulo Gallotti, que deixa o tribunal após 10 anos de excelentes serviços prestados.
Paulo Gallotti agradeceu todas as homenagens recebidas e ressaltou que tem orgulho de ter sido ministro do STJ: “Hoje faz dez anos que assumi minha vaga no tribunal. Tenho profundo orgulho e honra”. Por motivos pessoais, o ministro antecipou em cinco anos a aposentadoria compulsória.
Destacando que o STJ cumpre seu papel para que o Judiciário se engrandeça ainda mais, Gallotti não perdeu a oportunidade de elogiar os novos rumos do STJ com a utilização do processo eletrônico. Ele se disse absolutamente certo e convicto de que o tribunal está no caminho certo.
Ao anunciar a última participação de Paulo Gallotti na Corte Especial, o presidente do STJ, ministro Cesar Asfor Rocha, lamentou a antecipação da aposentadoria do colega. “Sabemos de suas motivações, mas lamentamos profundamente”.
Falando em nome da Corte, o decano do STJ, ministro Nilson Naves, afirmou que o tribunal foi surpreendido com a notícia de que “o bom amigo e excelente colega” se despediria do Judiciário. Ele afirmou que com a aposentadoria antecipadíssima de Paulo Galllotti, o STJ perde um de seus mais experientes membros e em fase de notória produtividade. “O grande espírito, o imenso coração e os anos de judicatura fizeram-no aproximar-se, cada vez mais, da essência do juiz”, enfatizou.
Nilson Naves ressaltou que estava expressando o sentimento e o reconhecimento unânime dos ministros da Corte pelo trabalho que, ao longo dos últimos dez anos, Gallotti desenvolveu com notável equilíbrio e discrição no Superior Tribunal. Emocionado, Nilson Naves afirmou que Paulo Gallotti deixará saudade: “O vazio que fica é do tamanho de sua dignidade. É impossível esquecer as boas horas de convivência que tivemos”.
Pleno
O ministro também foi saudado pelo Pleno do Tribunal. O ministro Jorge Mussi, conterrâneo e amigo de anos, falou em nome de todos da Corte, destacando as qualidades de Paulo Gallotti: “Juiz tolerante, sem conivências, e altivo, sem temeridade. Um exemplo à magistratura brasileira”.
Jorge Mussi ressaltou o espírito de liderança do ministro Paulo Gallotti, que aproximou a magistratura da sociedade, conquistando espaços até então reconhecidamente intransponíveis. “Nós podemos, todos, escolher os nossos médicos; nós podemos escolher nossos dentistas; mas não podemos escolher nunca os nossos juízes. Esses são aqueles que o Estado nos dá. E feliz do país que teve nos seus quadros um juiz da inteligência e do estofo moral de Paulo Gallotti”, afirmou.
Lembrando que já deveria estar acostumado com as sessões de despedida, o ministro Cesar Rocha lamentou a perda da convivência diária com o ministro Gallotti e também a voz sensata nos seus momentos de angústia. “Suas lições servirão para nortear todos os momentos. Fica meu abraço fraternal”.
O homenageado afirmou o seu profundo orgulho e honra de integrar um Tribunal como o STJ e trabalhar com magistrados notáveis. “Desejo agradecer a cada um os momentos passados por aqui”, disse.
Fonte: STJ