A última reunião de acompanhamento do Projeto Experimental de Teletrabalho no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) aconteceu na tarde desta quinta-feira, 15 de dezembro. Gestores e teletrabalhadores aproveitaram o momento para trocar experiências, tirar dúvidas e avaliar o projeto.

O juiz auxiliar da Presidência Antônio Carlos Parreira, coordenador do projeto, disse que o Tribunal está satisfeito com os resultados alcançados pelos teletrabalhadores. “A maioria tem apresentado mais do que os 20% a mais de produtividade exigidos pela regulamentação do CNJ. Temos casos de servidores com 50% a 60% a mais em alguns meses."

O magistrado lembrou que o objetivo do teletrabalho é racionalizar o serviço, trazendo mais eficiência e produtividade, mas é também garantir melhores condições de trabalho ao servidor. Ele fez questão de perguntar a cada teletrabalhador se estava satisfeito, como estava sua rotina, carga de serviço e saúde.

Cada servidor envolvido no projeto relatou sua experiência e contou como o teletrabalho melhorou algum aspecto de sua vida. Alguns servidores passaram a ter mais tempo para acompanhar as atividades dos filhos, outro passou a levar e buscar os filhos na escola, duas servidoras puderam se mudar e morar na mesma cidade que o marido.

Projeto-piloto

O Projeto Experimental de Teletrabalho foi implementado no TJMG em abril deste ano. Inicialmente previsto para durar dois meses, ele foi prorrogado por mais um ano, até agosto de 2017. Atualmente são 17 servidores trabalhando em casa em atividades relacionadas aos sistemas de processo eletrônico: PJe na Primeira Instância, Projudi nos Juizados Especiais da capital e JPe na Segunda Instância.

Para Talitha Souza, lotada na 4ª Vara Cível de Belo Horizonte, o teletrabalho foi uma necessidade. Com uma filha pequena e o marido hospitalizado, ela se viu de repente obrigada a se mudar para outro estado para acompanhar o tratamento do marido. Ela contou que consegue organizar sua rotina, realizando suas tarefas no período da manhã e mais ao final da noite, quando o sistema funciona melhor. A distância é compensada pelo contato com os colegas e com a chefe por telefone e grupos de WhatsApp.

A 4ª Vara Cível da capital tem quatro servidores em teletrabalho, que criaram um grupo de Whatsapp para eles, um com a escrivã, outro com toda a equipe da secretaria, incluindo os que continuam trabalhando nas dependências do fórum. Nos grupos eles trocam informações, se apoiam e têm contato constante com a gestora.

Tiago Hyodo, um dos gestores do projeto-piloto, disse que o teletrabalho envolve toda a equipe, não apenas aqueles que atuam remotamente, e traz essa visão de todo e de pertencimento para cada servidor. “Embora exista uma meta individual para cada servidor, exigida até pela regulamentação do teletrabalho, podemos dizer que o projeto está dando certo quando o fluxo de trabalho na secretaria está bom.”

Claudinei Borges, também lotado na 4ª Vara Cível, está no projeto desde o início. O servidor relatou que no princípio ele e os colegas não tinham uma referência, então todos procuraram realizar as tarefas que mais impactavam as metas de produtividade. Com o tempo veio o amadurecimento e uma visão mais ampla, voltada para a produtividade da secretaria de forma global, e a noção de que atividades que não “pontuam” na produtividade também são importantes para o bom funcionamento do serviço como um todo. Ele também pontuou que o teletrabalho deve se traduzir em mais eficiência para o Tribunal, mas também em melhores condições de trabalho para o servidor.

A reunião foi acompanhada também por representantes da Corregedoria, da Secretaria Executiva de Planejamento e Qualidade na Gestão Institucional (Seplag) e da Gerência de Saúde no Trabalho (Gersat).

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional do TJMG