O Palácio da Justiça, edifício neoclássico que é símbolo do Poder Judiciário mineiro, se vestirá de luz e música no mês de dezembro. Em meio ao clima de celebração e de solidariedade que contagia a cidade nessa época do ano, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) irá realizar, pela primeira vez, uma cantata de Natal. As janelas e as escadarias do Palácio da Justiça serão ocupadas, no dia 9 de dezembro, às 19h, por dezenas de crianças e adolescentes, que entoarão canções natalinas. Um espetáculo que promete emocionar a todos.
A Cantata de Natal do Tribunal de Justiça terá como protagonistas meninos e meninas entre 9 e 18 anos. São crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, que integram o projeto social do Coral e da Orquestra Infantojuvenil da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj), mantido pelo TJMG com o apoio de vários parceiros.
O coral da Coinj, sob regência da professora Susana Mattos, é composto por cerca de 80 crianças da escola municipal Ulysses Guimarães e da escola estadual Dona Augusta, ambas da comunidade Morro do Papagaio. Já a orquestra é atualmente composta por 104 crianças e adolescentes – 48 das unidades de acolhimento da capital, 14 da Associação Profissionalizante do Menor (Assprom) e 42 da comunidade em geral. Da cantata, participarão todos os integrantes do coral e um grupo de violinistas da orquestra.
“Com a cantata de Natal, o TJMG irá presentear a cidade, levando a todos uma mensagem de paz e esperança. Ninguém melhor do que as crianças e os adolescentes desse projeto social para essa tarefa; são meninos e meninas que têm conseguido construir uma nova história de vida, por meio da música, mostrando a todos que cada um pode ser dono do seu destino, mas que a solidariedade é fundamental para a vida em coletividade”, ressalta o presidente do TJMG, desembargador Pedro Bitencourt Marcondes.
A cantata de Natal se insere dentro das iniciativas adotadas pela nova gestão do Tribunal, no sentido de aproximar a instituição da sociedade e de mostrar a face solidária do Judiciário mineiro. A ideia é levar à sociedade a discussão sobre o tema da proteção integral ao adolescente. A inspiração foi o evento Natal Encantado, promovido há 21 anos pelo banco HSBC, em Curitiba, e que atrai grande número de turistas à cidade, nessa época do ano.
Na avaliação do desembargador Wagner Wilson, superintendente da Coinj, o evento “irá enriquecer a programação de Natal da cidade e, principalmente, irá mostrar o trabalho que está sendo feito com essas crianças e adolescentes. É muito importante que a comunidade perceba que a arte está ao alcance de todos e que esses meninos e meninas também merecem esse tipo de oportunidade”.
Yasmim, de 11 anos, é uma das crianças que ocupará as janelas do Palácio da Justiça no dia 9 de dezembro. Há quase dois anos ela integra o coral. “Vou convidar amigos e parentes para assistirem à cantata de Natal. Quero mostrar o meu trabalho, pois sinto muito orgulho dele”, diz a menina. Sobre o projeto social, ela afirma que gostaria que mais jovens fizessem parte dele. O motivo? “Minha vida se tornou mais alegre depois que entrei para o coral. A música trouxe alegria”, afirma.
Além da música, uma atração à parte será a iluminação do Palácio da Justiça, que será colocada e mantida pela Cemig. A decoração contará com microlâmpadas brancas, estrelas de mangueira luminosa e lâmpadas estrobo, que irão contornar a construção, projetada pelo arquiteto Raphael Rebechi e inaugurada em janeiro de 1912. O edifício fica na avenida Afonso Pena, 1.420, no coração da capital, que certamente pulsará revigorado após o próximo dia 9 de dezembro.
Projeto social
O Coral e a Orquestra Infantojuvenil do TJMG compõem um projeto social com grande impacto na vida dos beneficiados. As iniciativas reduzem o tempo de permanência dos jovens em abrigos institucionais, contribuindo para efetivar os direitos das crianças e dos adolescentes. O impacto no desenvolvimento psicossocial dos menores é visível, e existe uma efetiva contribuição para o aumento da autoestima e a ampliação da visão de mundo deles.
Por meio do projeto, os meninos e as meninas tocam violino, viola, violoncelo, contrabaixo acústico e recebem aulas de canto, expressão corporal, teoria musical e prática orquestral. Sete professores preparam a orquestra em seus diferentes níveis. Marco Antônio Drumond é o maestro convidado, e dois dos professores – Luciene Villani e Moisés Guimarães – também são capacitados a exercer essa função.
Parceria
Por meio de parcerias articuladas pela Coinj, apoiam o Coral e a Orquestra Infantojuvenil do TJMG a rede de instituições de acolhimento da capital, a Amagis, a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais (OAB-MG), o Conservatório de Música da UFMG, o Instituto Ajudar e o Centro de Valorização do Menor (Cevam).
A orquestra conta ainda com o apoio da Assprom; e o coral, com o apoio da paróquia Nossa Senhora Rainha, da paróquia Nossa Senhora do Morro, do Museu de Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu), da escola estadual Dona Augusta, da escola municipal Ulysses Guimarães e do programa Escola Integrada, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Foto: Marcelo Albert / TJMG
Fonte: TJMG