Nesta sexta-feira, 2 de fevereiro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) realizou uma série de eventos na comarca de Ouro Preto para celebrar 150 anos da instalação da Corte mineira. Para marcar a data, o Tribunal transferiu sua sede para Ouro Preto, em caráter especial e temporário.

O dia teve início com a realização de Missa em Ação de Graças na Basílica de Nossa Senhora do Pilar, celebrada pelo bispo emérito da Diocese de Oliveira, Dom Francisco Barroso Filho, e pelo padre da Paróquia Nossa Senhora do Pilar e vigário episcopal da região pastoral Mariana Norte, Adilson Luiz Umbelino Couto.  

 

Em seguida, foi realizada sessão Magna Cívica e Histórica do Órgão Especial, por delegação do Tribunal Pleno, quando ocorreu a assinatura do ato de transferência simbólica da sede.

 

Integraram a mesa de abertura da sessão o presidente do TJMG, desembargador José Arthur de Carvalho Filho; o ministro do STJ Afrânio Vilela; a procuradora do Estado Ana Paula Mugler, representando o governador Romeu Zema; o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Osvaldo de Araújo Santos; o decano do Ministério Público de Minas, procurador Márcio Eli; o diretor da Escola Judicial Militar, desembargador James Ferreira Santos, representando o presidente do TJMMG, desembargador Rúbio Paulino Coelho; o presidente do Tribunal de Contas de Minas Gerais; conselheiro Gilberto Diniz; o defensor público Renan Paulo dos Santos da Costa Alves, coordenador da Defensoria Especializada da 2ª Instância e Tribunais Superiores; José Anchieta da Silva, representando a OAB-MG e o IAMG; o presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos; o bispo emérito de Oliveira, Dom Francisco Barroso Filho.

Veja aqui mais fotos do evento.

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Comissão

 

Os eventos comemorativos foram idealizados pela Comissão Especial dos 150 anos, que é coordenada pelo desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, superintendente da Memória do Judiciário (Mejud), e integrada pelos desembargadores Caetano Levi Lopes, Doorgal Borges de Andrada, Osvaldo Oliveira Araújo Firmo e Bruno Terra Dias; pela assessora técnica da Mejud, Andréa Vanessa da Costa Val; pelo gerente do Gefis, Iácones Batista Vargas; e pelo assessor judiciário Arthur Magalhães Bambirra. 

Assista abaixo à gravação da sessão solene do Órgão Especial:


 

Tribunal da Relação

 

Na abertura da sessão, o desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, superintendente da Memória do Judiciário Mineiro e Coordenador da Comissão do Sesquicentenário do TJMG, leu a ata de instalação do Tribunal da Relação de Minas Gerais, que ocorreu há 150 anos. De acordo com o desembargador, este documento é uma fonte primária da história, sendo possível abstrair várias e precisas informações para contextualizar toda história da 2ª Instância da Justiça mineira. De acordo com ele, a população local festejou a instalação dessa 2ª Instância em Minas Gerais, depois de 52 anos da Independência. O desembargador Caldeira Brant apresentou ao público presente o primeiro livro de atas do Tribunal, que integra o acervo da Mejud. 

 

O orador oficial da solenidade foi o desembargador Caetano Levi Lopes, que destacou que instalar um Tribunal é tarefa árdua e que devem ser reverenciadas as memórias dos desembargadores pioneiros, quatro dos quais foram alçados ao cargo de ministro do Supremo Tribunal de Justiça. “Não havia à época federação, éramos um estado unitário e, por isso, o Tribunal Supremo tinha o nome de Supremo Tribunal de Justiça. Só com a República, e adotada a federação, é que vai ser transformado em Supremo Tribunal Federal”, contou.

 

“É importante notar que nestes 150 anos, além desses quatro pioneiros, Minas Gerais ofereceu ao Brasil vários e vários desembargadores que se tornaram ministros da Suprema Corte. E, em 1988, criado o Superior Tribunal de Justiça, o nosso Tribunal também já ofereceu três desembargadores ao STJ: os ministros Sávio de Figueiredo Teixeira, Paulo Oliveira Medina e, recentemente, nosso querido amigo ministro Afrânio Vilela. Minas tem sido o celeiro da República”, afirmou o desembargador Caetano Levi. 

 

O desembargador Doorgal Andrada considerou que é muito relevante para nós, magistrados mineiros, podermos reviver o que aconteceu há 150 anos, que foi a criação da 2ª instância. “A sessão do Órgão Especial em Ouro Preto revive e nos traz à memória esse fato que foi marcante para o povo mineiro”, disse o magistrado.

 

O ministro Afrânio Vilela afirmou ser motivo de alegria comparecer a Ouro Preto para a ocasião festiva e cívica que celebrou os 150 anos de instalação do Tribunal da Relação de Ouro Preto e que é importante “reverenciarmos todos aqueles magistrados que fizeram essa longa, duradoura, efetiva e muito importante história do Tribunal de Minas Gerais e do Judiciário de Minas como um todo, formado por magistrados abnegados, comprometidos não só com a função jurisdicional legal, mas também com o aspecto social”, disse o ministro. Afrânio Vilela parabenizou a comissão organizadora e destacou também o apoio da Amagis, sendo um dos braços mais importantes no aspecto social do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

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Julgamentos

 

Na parte da tarde, como parte das celebrações, foram realizadas, no antigo prédio do fórum, sessões de julgamentos da 1ª Câmara Cível e da 1ª Câmara Criminal no TJMG.

 

O desembargador Osvaldo Oliveira Araújo Firmo afirmou que os eventos realizados hoje têm uma importância simbólica para a celebração da efeméride. “A importância toda do evento é rememorar o passado para que, assim, criemos vínculos mais fortes para contar uma história que o futuro vai revelar”, disse o desembargador. O magistrado falou também da sessão Magna Cívica e Histórica do Órgão Especial e sessões de julgamentos da 1ª Câmara Cível e da 1ª Câmara Criminal no TJMG. “É uma forma de homenagear o início do nosso Tribunal. O Tribunal contemporâneo reverencia o Tribunal de origem, que representa a sua história”, disse o magistrado.

 

Homenagens

 

Durante o evento, houve a solenidade do lançamento Medalhístico das Sete Cortes instaladas no País há 150 anos: Pará, Ceará, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

 

José Arthur Filho agradeceu a atuação do desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, Superintendente da Memória do Judiciário, Coordenador da Comissão Especial, além dos desembargadores Caetano Levi Lopes, Doorgal Borges de Andrada, Osvaldo Oliveira Araújo Firmo e Bruno Terra Dias, membros da Comissão, bem como dos servidores.

 

José Arthur Filho afirmou ser uma satisfação, como presidente do Tribunal, estar presente nas comemorações desta sexta-feira, data em que antecede o dia 3 de fevereiro, em que foi instalada a corte mineira em Ouro Preto em 1874. O magistrado parabenizou aos que receberam a medalha comemorativa “bem como a todos aqueles que diuturnamente têm atuado para fazer imperar nas alterosas os mais altos ideais de justiça”.

 

Criador da medalha Comemorativa do Sesquicentenário, o desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant fez uma apresentação das principais características do item. O magistrado, que também é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), destacou que não se trata de uma medalha condecorativa, e sim um símbolo histórico para eternizar a solenidade realizada nesta tarde.

 

Receberam a medalha:

 

Ministro Afrânio Vilela; presidente do TJMG, desembargador José Arthur de Carvalho Filho; 1º vice-presidente do TJMG, desembargador Alberto Vilas Boas Vieira de Sousa; 2º vice-presidente, desembargador Renato Dresh; 3ª vice-presidente, desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta; corregedor-geral de Justiça, desembargador Luiz Carlos Corrêa Júnior;  vice-corregedora-geral de Justiça, desembargadora Yeda Monteiro Athias; presidente do TCEMG, conselheiro Gilberto Diniz; desembargador do TJ Militar James Ferreira Santos; diretor da Faculdade de Direito da UFMG, Hermes Vilchez Guerrero; desembargadores(as) Adriano de Mesquita Carneiro; Alberto Deodato Maia Barreto Neto; Alice de Souza Birchal; André Luiz Amorim Siqueira; Armando freire ; Áurea Maria Brasil Santos Perez; Caetano Levi Lopes; Doorgal Borges de Andrada; Edson Feital Leite; Eduardo Machado Costa; Habib Felippe Jabour; José Luiz de Moura Faleiros; José Eustáquio Lucas Pereira; José Marcos Rodrigues vieira; Juliana Campos horta; Júlio César Lorens; Júlio César Gutierrez; Kárin Liliane de Lima Emmerich e Mendonça; Leopoldo Mameluque; Manoel dos Reis Morais; Marcelo Guimarães Rodrigues; Marcelo Pereira da Silva; Marcos Henrique Caldeira Brant; Marcos Lincoln dos Santos; Maria Lúcia Cabral Caruso; Moacyr Lobato de Campos Filho; Osvaldo Oliveira Araújo Firmo; Teresa Cristina da Cunha Peixoto; Wanderley Paiva; Walner Barbosa Milward; juízes(as) Luiz Carlos Rezende e Santos; Magid Nauef Láuar; Narciso Alvarenga Monteiro de Castro; Rosemere das Graças do Couto; Walner Barbosa Milward; procuradora Ana Paula Mugler Rodarte; procurador Márcio Heli Andrade; Dom Francisco Barroso Filho; advogado José Anchieta da Silva; advogada Maria Celeste Morais Guimarães; chefe de Gabinete Adriano Ribeiro; defensores(as) públicos(as) Bruno Barcala Reis; Cláudia Marcela Nascimento Câmara Fernandes; Glauco David de Oliveira Sousa; Renan Paulo dos Santos Costa Alves; servidores membros da comissão Andréa Vanessa da Costa Val; Iácones Batista Vargas e Arthur Magalhães Bambirra.

 

Ao fim do evento, foi realizado coquetel de confraternização oferecido pela Amagis.

 

Composição inaugural do Tribunal

 

A composição inicial do Tribunal da Relação foi formada por sete desembargadores: Luiz Gonzaga de Brito Guerra (primeiro presidente da Corte); Viriato Bandeira Duarte; Quintiliano José da Silva; Joaquim Pedro Villaça; Joaquim Francisco de Faria; Joaquim Caetano da Silva Guimarães; e Luiz Francisco da Câmara Leal.