Neste 8 de dezembro, o fim de tarde em Belo Horizonte chegou de forma diferente, mais lírica, mais musical. Quando anoiteceu, 200 crianças e adolescentes do Coral Infantojuvenil e da Orquestra Jovem do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) já estavam no alto das escadarias e nos janelões antigos do Palácio da Justiça, ansiosos pelo momento de entoar canções de Natal. Sem medo do tempo fechado, eles esperavam só a ordem da maestrina Luciene Villani para mostrar, para familiares e o público em geral, as habilidades ensaiadas durante o ano todo. A chuva caiu pesada, mas, à parte a abertura de sombrinhas e guarda-chuvas, não pareceu fazer diferença na festa.
Com o tema “O Natal pelos olhos de uma criança”, o espetáculo, que coincidiu com o Dia da Justiça, trouxe, para todas as idades, o sabor da infância. Para muitos, a criança que já foram um dia, naquele momento, renasceu para viver o verdadeiro espírito natalino.
A iluminação do prédio, preparada pela Cemig, foi inaugurada no início do espetáculo. A música de abertura surpreendeu o público com o tema do seriado “Game of Thrones” e foi seguida da “Marcha do Quebra-Nozes”, das cantigas de roda brasileiras “Nesta Rua”, “A Canoa Virou” e “Samba Lelê”, de “We Wish you a Merry Christmas”, “Yellow Submarine”, “Hallelujah”, “É Preciso Saber Viver”, entre outras.
Um grande palco foi montado para dar espaço aos protagonistas da festa – músicos, cantores e uma bailarina. Os artistas da noite dividiram tempo e espaço de forma tão poética quanto matematicamente ensaiada, diante de um público de mais de mil pessoas.
Aprendizado e responsabilidade social
Diretora artística da montagem, Luciene Villani, ao fim da cantata, comemorou o sucesso do evento como um todo. Segundo ela, a chuva não atrapalhou e ainda serviu para mostrar para todos, e para os próprios jovens artistas, quão profissionais eles são.
Para o criador do projeto, 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), desembargador Wagner Wilson, a realização é fruto do trabalho incansável da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj) do Tribunal de Justiça, na qual ele teve a oportunidade de atuar por vários anos. “É gratificante constatar o resultado do envolvimento de servidores e voluntários e a dedicação de crianças e jovens a esse projeto. A música, com seu poder transformador, vem dando novo rumo à vida desses jovens, ao inspirá-los, encorajá-los e sensibilizá-los, dando-lhes um ânimo novo. Reunimos aqui vários talentos e histórias de superação”, afirma.
Ester Santos, de 11 anos, que executou como solista de “Hallelujah”, uma peça do compositor canadense Leonard Cohen, contou que ficou muito inquieta pela chegada do evento. “Tremi de ansiedade e estava difícil dormir esses dias”, desabafa. Bianca Souza, de 7 anos, afirmou que sempre tem muita vergonha de cantar, mas nas apresentações musicais perde toda a timidez na hora.
A festa foi encerrada com o Papai Noel, que chegou, guiado pela bailarina, saudando e desejando Feliz Natal para todo o público.
Projeto
Os jovens artistas são crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social que integram o projeto social da Coinj, mantido pelo TJMG com o apoio de vários parceiros.
Segundo o superintendente da Coinj, desembargador Vicente de Oliveira Silva, a Cantata de Natal nasceu do desejo de trazer a público o trabalho que vem sendo realizado com crianças e adolescentes e tem como principal objetivo, além do desenvolvimento cultural e intelectual do grupo, despertar valores como responsabilidade e interação com os colegas. O magistrado acrescentou ainda que o resultado do esforço de um ano inteiro se traduz no encantamento dos familiares e de todo o público presente. “Acredito que a sensibilidade, a percepção musical das crianças, a habilidade no manejo das vozes e dos instrumentos pelo grupo são os aspectos que mais emocionam as pessoas”, completa.
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Presenças
Além dos desembargadores Wagner Wilson e Vicente de Oliveira Silva, estiveram presentes na Cantata o presidente em exercício do TJMG, desembargador Geraldo Augusto; os ex-presidentes, desembargadores Pedro Bittencourt Marcondes e José Fernandes Filho; os desembargadores Afrânio Vilela, Luiz Carlos de Azevedo Correa Jr., Marcílio Eustáquio Santos e Mônica Libânio; as juízas Eveline Mendonça Felix Gonçalves e Valéria da Silva Rodrigues; o secretário de estado de Administração Prisional Francisco Kupidlowski; a defensora-pública geral do Estado, Christiane Neves Procópio Malard, entre outras autoridades.
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional do TJMG