Em noite de celebração da história de um grande personagem da vida pública mineira, magistrados, magistradas, servidores, amigos e familiares reuniram-se no térreo do Tribunal de Justiça, em Belo Horizonte, para o lançamento do segundo volume do livro Minha Candeia, do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador José Fernandes Filho. O evento, promovido pelo TJMG em parceria com a Amagis, aconteceu na noite desta quinta-feira, 28 de novembro. 


O segundo volume do livro Minha Candeia, no qual o magistrado faz algumas reflexões sobre sua trajetória, foi publicado pela Bretas - Del Rey e pode ser adquirido no site da editora. (CLIQUE AQUI). Durante o lançamento da obra, foi distribuída aos presentes a nova edição da revista DECISÃO, cuja matéria de capa é um perfil do desembargador José Fernandes Filho. LEIA AQUI.  


Em seu discurso, o desembargador Fernandes Filho abriu o coração ao agradecer a presença calorosa de todos que prestigiaram o lançamento da obra, em especial ao presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, a quem ele o chama de menino do dedo verde, em referência ao livro do escritor francês Maurice Druon. “Onde ele põe o dedo, tudo cresce, engrandece e floresce”, disse Fernandes Filho. 


Emocionado, o desembargador expressou sua alegria pela presença de todos. “Queria dizer a todas as pessoas que estão me ouvindo, como vocês me fizeram feliz hoje. Não é pelos elogios generosos, mas por alguma coisa que eu não tenho como traduzir. Saibam que o que sinto neste momento, o que não consigo traduzir em palavras ou texto, é um sentimento extremamente agradável, de muita felicidade”, afirmou.


Em um momento de grande comoção, magistrado fez um agradecimento especial, registrado no livro, ao filho falecido e à esposa Mayre. “Para ela, bênção a suavizar o meu lado esquerdo, a minha companheira de eternidade”, agradeceu. Sobre o livro, Fernandes Filho disse que o volume 2 de Candeia nada mais é do que a expressão mais genuína e pura dos sentimentos que afloram no seu coração.
 

Em agradecimento as palavras do desembargador Fernandes Filho, o presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, manifestou sua alegria com o lançamento da obra e destacou a contribuição intelectual e jurídica do magistrado. “Para a Amagis, é uma honra poder participar deste momento para um magistrado que é referência para todos nós. As obras literárias do desembargador José Fernandes Filho demonstram que além de um dos grandes nomes do Poder Judiciário ele também contribui de forma brilhante para a nossa literatura”, disse o presidente Luiz Carlos.



O evento contou ainda com discursos que exaltaram a relevância e a inspiração que Fernandes Filho representa para o Judiciário e para a literatura. O desembargador Luciano Pinto destacou a trajetória marcada por humanismo, sabedoria e resiliência, sublinhando seu papel como líder, educador e inovador no Judiciário. “Aos 95 anos, o Des. José Fernandes Filho, segue, navegante, no mar imenso de sua história, em que, embarcadiços, seguimos nós, atraídos pela aventura da sua travessia e admirados da ventura que a envolve”, assim Luciano Pinto abriu sua fala.


O orador ressaltou ainda que a contribuição de Fernandes Filho transcende a Magistratura tradicional e que, reconhecido como idealizador dos Juizados Especiais e pioneiro em iniciativas de mutirões judiciários, sua liderança foi crucial em momentos críticos, como secretário de Estado e presidente do Tribunal. Um homem de letras e humanista, também é celebrado na Academia Mineira de Letras, com reflexões profundas sobre o destino humano e a essência da justiça.

Luciano Pinto descreveu Fernandes Filho também como um "conselheiro de todos", cuja palavra transcende gerações e cuja obra, "Minha Candeia", simboliza não apenas um guia, mas um sustentáculo para os que buscam justiça e sabedoria no emaranhado de desafios contemporâneos. (LEIA AQUI O DISCURSO)


O desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, presidente do TJMG, exaltou a trajetória multifacetada do homenageado. "O desembargador Fernandes Filho é um grande exemplo para todos nós, não apenas no Poder Judiciário de Minas Gerais, mas em todo o Brasil, pela relevância de sua atuação em diversas frentes, como presidente do TJMG, nos juizados especiais e na presidência do Colégio de Presidentes de Tribunais de Justiça", destacou.


Corrêa Junior descreveu o colega como um verdadeiro farol para os magistrados e servidores que buscam orientação em momentos difíceis. " Desembargador Fernandes Filho, vossa excelência hoje lança Candeia II, mas vossa excelência é a nossa candeia, que nos ilumina, nos orienta e nos conduz, ontem, hoje e sempre", concluiu o presidente do TJMG.


Trajetória

Natural de Bambuí, o desembargador formou-se em Direito pela Faculdade Mineira de Direito da Universidade Católica de Minas Gerais em 1957. Possui pós-graduação em Direito Público e especialização em Direito Administrativo, Tributário e Constitucional.

Em sua trajetória profissional, destacam-se, entre outras passagens, o fato de ter sido secretário, assistente e delegado do Tribunal de Contas da União de Minas Gerais (TCU-MG); vice-diretor executivo do Conselho de Planejamento e Desenvolvimento da UFMG; e secretário de Estado de Educação.

Atuou como juiz suplente da Junta de Conciliação e Julgamento de São João del-Rei do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3ª Região) e como juiz substituto e juiz efetivo do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Foi também vice-presidente e corregedor do TRE-MG.

Tomou posse como desembargador do TJMG em 23 de agosto de 1978, em vaga destinada à Classe dos Advogados. No Tribunal estadual mineiro, ocupou os cargos de 1º vice-presidente, 2º vice-presidente e corregedor-geral de justiça em substituição. José Fernandes Filho foi ainda presidente do TJMG no biênio 1990/1992. Foi também presidente do Colégio Nacional de Presidentes de Tribunais de Justiça e presidente do Conselho de Supervisão e Gestão dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais de Minas Gerais.


Escritor

José Fernandes Filho é membro da Academia Mineira de Letras (AML). Entre as obras que publicou estão: “Funções do Estado”, “Exame, pelo TCU, das contas dos executores de acordos celebrados com os estados”, “Os municípios mineiros e os casos de dispensa de licitação”, “Acumulação de cargos à guarda dos poderes do Estado”, “Minha candeia” (Del Rey, 2011), além de diversas crônicas e artigos publicados na Revista da Magistratura.

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