O TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) deu seu apoio, em conjunto com a DPMG (Defensoria Pública de Minas Gerais), ao projeto “O livro acolhe, abriga e ensina”, promovido pelo Setra-BH (Sindicato das Empresas de Transporte de Belo Horizonte). A parceria se concretizou na entrega, em 15 de março, de 250 dicionários arrecadados para o Piep (Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto).
O projeto consiste na arrecadação de livros dentro dos ônibus e terminais do BHBus e das linhas do Move. Segundo a organização, a campanha já arrecadou mais de 65 mil exemplares, que estão sendo catalogados por gênero e serão distribuídos entre as instituições interessadas de Belo Horizonte e de outros municípios do interior.
A Defensoria Pública foi a primeira instituição beneficiada com o projeto, pois, ao saber da iniciativa, entrou em contato com o Setra-BH e propôs que os dicionários arrecadados fossem repassados ao sistema penitenciário, para uso em projetos de remissão de pena pela leitura. A proposta é incentivar a prática e proporcionar recursos para que as internas possam abreviar o tempo de sentença por meio do estudo.
O titular da VEP (Vara de Execuções Penais) de Belo Horizonte, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, destaca que em uma segunda fase serão doadas outras obras. Ele enfatiza o quanto é necessário que o cidadão se lembre daquele que está atrás das grades. “Tal iniciativa demonstra a proximidade da comunidade com o sistema prisional. A doação de livros mostra a preocupação social com a reconstrução de valores e a formação daquele que está cumprindo pena”, defende.
A DPMG foi representada pelos defensores públicos Hellen Caires Teixeira Brandão, diretora da Escola Superior da Defensoria Pública, Ana Paula Starling e Rodrigo Zamprogno, ambos em atuação na VEP da capital. Durante a entrega, Starling elogiou a campanha. “A cooperação entre instituições públicas, iniciativa privada e voluntariado permitem ações simples, mas de grandes resultados. Que colhamos mais frutos com novas parcerias”, declarou.
Para o presidente do Setra-BH, Joel Jorge Guedes Paschoalin, pequenas ações, que prescindem de investimentos, conseguem movimentar a sociedade e se multiplicar. Ele explicou que, inicialmente, o projeto apenas pretendia utilizar ônibus e terminais para arrecadar os livros e distribuí-los para creches conveniadas com a Prefeitura de Belo Horizonte, mas a proposta foi expandida diante da resposta da população.
Luciene Rodrigues, diretora da Escola Estadual Estevão Pinto, que funciona dentro da penitenciária, também frisou o valor da ação. “Por ser destinada ao público feminino, trata-se de uma unidade diferenciada, e é preciso que o poder público e a sociedade tenham um olhar diferenciado sobre ela. É preciso dar chances a essas mulheres, investir na sua qualificação educacional e profissional para que possam se sentir valorizadas e retornem de cabeça erguida para o convívio social.”
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional / TJMG