O Senado aprovou o projeto que institui o ano de 2024 como o Ano Nacional Fernando Sabino (PL 2.626/2023), em celebração aos 100 anos de nascimento do escritor mineiro. De autoria da deputada Bia Kicis (PL-DF), o projeto foi relatado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e seguiu para sanção da Presidência da República.

Bernardo Sabino/Arquivo pessoal

 

Segundo o texto, a critério da autoridade competente, poderá ser emitido selo comemorativo referente ao centenário de nascimento do autor de obras como “O grande mentecapto”, “O encontro marcado”, “O homem nu” e “O menino no espelho”. O texto original previa o ano de 2023 para a comemoração. No entanto, o relator alterou o ano para 2024, já que a matéria chegou ao Senado no final de 2023. Em outubro do ano que vem, a morte do escritor mineiro vai completar 20 anos.


Segundo Pacheco, o projeto é uma pauta do Brasil, mas essencialmente mineira. “Fernando Sabino merece ser celebrado por sua inestimável contribuição às letras e ao serviço público. Com uma caneta habilidosa e um olhar aguçado sobre as sutilezas da vida, cativou leitores por meio de suas obras, que mesclam humor, sensibilidade e uma profunda compreensão da natureza humana. Além de sua marcante presença no cenário literário, Fernando Sabino também se destacou como servidor público. Sua atuação foi pautada pela ética e pela dedicação, servindo de exemplo para todos aqueles que buscam aliar talento artístico e responsabilidade social”, afirmou o relator.

 

Senador Rodrigo Pacheco foi o relator do projeto. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Em outubro deste ano, o desembargador Bruno Terra Dias, ex-presidente da Amagis, fez uma homenagem ao escritor com o lançamento do livro “A cidade no espelho – tributo a Fernando Sabino”. O lançamento da obra fez parte das comemorações pelo centenário de nascimento do escritor belo-horizontino, que nasceu em 12 de outubro de 1923. Veja aqui.


Fernando Sabino já foi também homenageado pela Amagis em duas edições da Revista MagisCultura. A edição de nº 17 traz ensaio assinado pelo desembargador Rogério Medeiros sobre a obra do escritor. Já no nº 21 da revista, o desembargador Roberto Vasconcellos publica crônica sobre Sabino. Clique aqui para ler as edições.


Carreira


Fernando Tavares Sabino nasceu em outubro de 1923, em Belo Horizonte (MG). Quando jovem, foi detentor de vários recordes como nadador, tendo se tornado campeão sul-americano de nado de costas em 1939. Estudou direito e trabalhou como jornalista e editor. Seu primeiro livro, Os grilos não cantam mais, foi publicado em 1941, no Rio de Janeiro (RJ), quando ele tinha apenas dezoito anos. Em sua carreira, publicou cerca de 50 obras.

O encontro marcado, O homem nu e O menino no espelho estão entre suas obras mais conhecidas. Em 1991, publicou Zélia, uma paixão, uma biografia da ministra da Economia do governo Fernando Collor.  Ele recebeu duas vezes o prêmio Jabuti: em 1980, com O grande mentecapto, e em 2002, com Livro Aberto. Também foi agraciado com o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL), pelo conjunto da obra, em 1999. Ele morreu no Rio de Janeiro, em 2004, aos 80 anos.


*Com informações da Agência Senado