Foi inaugurado nesta sexta-feira, 9 de agosto, em Barbacena, quadro com retrato do ministro Lafayette de Andrada, que foi presidente do STF (1962/63) e da AMB (1956/57). O retrato, aquarela feita pela artista Sandra Bianchi, integra o segundo volume da série histórica da Revista MagisCultura que comemora a Magistratura mineira, nos 150 anos do Tribunal de Justiça, enaltecendo a trajetória e o legado de magistrados e magistrados.

O retrato será afixado na sala da Amagis no fórum de Barbacena, cidade natal do ministro Lafayette de Andrada e da família do desembargador Doorgal Gustavo Borges de Andrada, ex-presidente da Associação, que escreveu seu tio na revista.  



O presidente da Amagis destacou a alegria de poder se encontrar com os colegas. “Quero agradecer a vocês, em especial ao amigo Doorgal, ao José Carlos e a Karine, pela oportunidade que estão nos proporcionando, de estamos juntos neste encontro e reverenciando a memória do ministro Lafayette de Andrada”, destacou Luiz Carlos.   



Sobre a revista MagisCultura, o juiz Luiz Carlos comentou sobre o lançamento, ocorrido no dia 27 de julho, e a importância de preservarmos nossa história. “É muito importante fazer referência ao passado, às histórias de nossas instituições e das pessoas que fizeram parte delas. Em momentos de angústia, nós precisamos sempre procurar nos encontramos e convivermos com os colegas. Este aqui é uma desses momentos, dos quais saímos de energia renovada”, afirmou.



O desembargador Doorgal Andrada relembrou a trajetória do ministro Lafayette de Andrada e agradeceu a oportunidade do encontro. “Agradeço ao Luiz e a todos os colegas. É uma alegria poder revê-los e contribuir com o registro da nossa história”, disse o magistrado.



O juiz José Carlos dos Santos, diretor da 12ª Seccional da Amagis (Barbacena), e a diretora do Foro de Barbacena, juíza Karine Loyola Santos, fizeram questão de registrar a satisfação do encontro com todos, especialmente pela motivação tão nobre quanto registrar parte importante da história da Magistratura.



Participaram da inauguração o presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, a vice-presidente administrativa da Amagis, juíza Rosimere das Graças do Couto, o ouvidor da Associação, juiz Auro Aparecido Maia de Andrade, o presidente da mantenedora da Emajs, desembargador José Antonino Baía Borges, o superintendente na Mejud, desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, o ex-presidente da Amagis, desembargador Doorgal Gustavo Borges de Andrada, as juízas Flávia Generoso de Mattos, Liliane Rossi dos Santos Oliveira e  Karine Loyola Santos, e os juízes José Carlos dos Santos, Alexandre Verneque Soares, Marcos Alves de Andrade, Alanir José Hauck Rabeca, Ailton Felisberto da Silva, Othon Márcio de Assis Araújo, Albertino Pereira de Souza Filho, José Aluísio Neves da Silva e Vander Cardoso de Oliveira.

Antes da inauguração, o presidente da Amagis conversou com os magistrados sobre temas da carreira e a atuação associativa em âmbito estadual e nacional. Após o evento, os magistrados visitaram a fazenda Borda do Campo, fundada em 1698 pelo bandeirante Garcia Paes, filho de Fernão Dias, e que depois pertenceu também ao inconfidente mineiro José Ayres Gomes. O local é considerado berço do que viria a ser o município de Barbacena.  



Revista

A nova edição histórica de Magiscultura destaca 18 magistrados mineiros que deixaram sua marca na história do Poder Judiciário. O lançamento ocorreu no dia 27 de julho, com participação do diretor do Conselho Editorial da Revista, juiz Renato César Jardim. desembargador do TJMG Doorgal Borges de Andrada e a juíza do TJMMG Daniela Freitas Marques, ambos autores da publicação, participaram da solenidade de lançamento, comentando temas da publicação e da história do Judiciário em Minas.  Saiba mais aqui

Ministro Lafayette de Andrada

ANTONIO CARLOS LAFAYETTE DE ANDRADA nasceu em 23 de março de 1900, na cidade de Barbacena, Estado de Minas Gerais, filho do Embaixador José Bonifácio de Andrada e Silva e de D. Corina Lafayette de Andrada. 

          Realizou os estudos secundários no Colégio Santo Inácio e no Colégio Militar de Barbacena, recebendo o título de Agrimensor em 1918. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, onde se bacharelou em Ciências Jurídicas e Sociais no ano de 1923. 

          Exerceu a advocacia, o jornalismo e o magistério. Como Secretário da Embaixada do Brasil, participou das comemorações da Batalha de Ayacucho, no Peru (1924). Foi Curador de Acidentes do Trabalho (1925-1934). 

          Ingressando na Magistratura, ocupou os cargos de Juiz de Direito da 7ª Vara Criminal (1934) e da 2ª Vara de Órfãos e Sucessões (1940). Promovido a Desembargador do Tribunal de Apelação do antigo Distrito Federal (1943), integrou a 2ª Câmara Criminal (1943) e a 3ª Câmara Cível (1944). Nomeado pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, participou, como Juiz, do Tribunal Superior Eleitoral (1945). 

          Foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal por decreto de 1º de novembro de 1945, do Presidente José Linhares, na vaga decorrente da aposentadoria do Ministro Eduardo Espinola, e tomou posse no cargo em 8 do mesmo mês. 

          Escolhido Juiz Substituto do Tribunal Superior Eleitoral (1946), foi reconduzido em caráter efetivo, exercendo a Vice-Presidência (1946-1947) e a Presidência daquele órgão (1947-1950).  Foi presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) (1956/57).

          Eleito Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal, a 23 de janeiro de 1957, em virtude da aposentadoria do Ministro Edgard Costa, foi reeleito em 21 de janeiro de 1959, empossando-se no cargo nas datas referidas. Exerceu a Presidência da Corte no período de 29 de janeiro de 1962 a 10 de dezembro de 1963. 

          Foi aposentado por decreto de 3 de fevereiro de 1969. O Supremo Tribunal Federal prestou-lhe homenagem em sessão de 5 de fevereiro do mesmo ano, quando falou em nome da Corte o Presidente em exercício, Ministro Luiz Gallotti; pela Procuradoria-Geral da República, o Dr. Décio Miranda; e, pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Distrito Federal, o Prof. Francisco Manoel Xavier de Albuquerque. 

          A vaga não foi preenchida em face do Ato Institucional nº 6, de 1º de fevereiro de 1969, que reduziu de 16 para 11 o número de Ministros, restabelecendo a composição anterior ao Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965. 

Foi Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro; Vice-Provedor da Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula; Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Barbacena (MG).

Faleceu em 9 de dezembro de 1974, na cidade do Rio de Janeiro.